
Era claro no final do discurso de Gil Mesquita que abrira-se um vazio directivo na AF Braga. O objectivo de Pimenta Machado houvera sido concretizado com êxito.
Urgia, por isso, encontrar uma solução que substituísse o seu antecessor na liderança do Vitória, que começou a ser perscrutada mal aquela assembleia-geral findou. Assim, como escreveu o Povo de Guimarães, "vários clubes dirigiram-se para a sede do Sporting de Braga, onde decorreu uma reunião presidida por Mesquita Machado para tratar do futuro."
Seria aqui que começou a denominada Guerra pela Sucessão que iria dividir os dezoito clubes que, até então, encontravam-se concertados pelo objectivo comum de fazer cair Gil Mesquita. Aludimos, pois, a um dissenso conducente à apresentação de dois candidatos à presidência da AF Braga. Deste modo, o dirigente fafense, Laurentino Dias, com a anuência do Vitória lançaria o nome de Mesquita Machado, enquanto Virgílio Costa, dirigente do Famalicão, também haveria de manifestar a sua intenção de apresentar-se a sufrágio.
Como escreveu a publicação consultada, "no cerne e na divisão das duas candidaturas está uma questão fulcral: Pimenta Machado é a favor da ruptura com o Porto, defendendo, por exemplo, a imediata queda do Conselho de Arbitragem e, a curto prazo, de todos os orgãos da F.P.F., por outro lado, Virgílio Costa, quer defender a maioria do Grupo A (ndr. as associações mais poderosas), embora afirme pretender novas contrapartidas a Braga do que as, até agora, conseguidas."
Pimenta, esse, desde logo, manifestou o seu apoio a Mesquita Machado, considerando, até de modo algo surpreendente, que "o Vitória prescinde do lugar de Presidente, não porque não tenha quem fosse capaz de defender com a mesma capacidade as posições dos clubes de Braga, mas porque não tem ninguém com a mesma imagem e inserção no meio desportivo que o Eng. Mesquita Machado." Surgiam, assim, dois blocos, um apoiado pelos clubes de Guimarães, Braga e Fafe e que candidata Mesquita Machado e outra apoiada por Famalicão e Barcelos que candidatará Virgílio Costa."
Atendendo ao duelo que se antevia, Pimenta não perdeu tempo. Convocou uma reunião em Guimarães com os clubes vimaranenses que militavam nos distritais e que eram o Airão, Pevidém, Ponte, Torcatense, Selho, Briteiros e Sandinenses. Estes teriam como missão apoiar Mesquita Machado, garantindo-lhe o seu voto, de modo a ser conquistada a Associação de Futebol de Braga, ainda que com um nome de referência do eterno rival.
Contudo, diga-se, que com esta jogada, Pimenta pretendia ir mais além. Com a certeza que a Associação de Futebol de Braga iria mudar de rumo, também abandonaria o lado que se encontrava na Federação Portuguesa de Futebol, ao lado do Porto, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança, Aveiro, Viseu e Funchal, o que faria com que os oposicionistas controlassem o ente federativo... e, concomitantemente, fazer cair o Conselho de Arbitragem.
Mas, para isso, urgia vencer as eleições... e esse será o último episódio desta trilogia!