COMO UM "SENSACIONAL DESAFIO", O PRIMEIRO INTERNACIONAL DA HISTÓRIA, PRENDEU A ATENÇÃO DE TODOS OS APAIXONADOS DO FUTEBOL NA CIDADE DO REI...

Terá sido, pelo menos na consulta dos nossos arquivos, o primeiro jogo internacional do Vitória SC. Na verdade, naquele mês de Abril de 1932, o Vitória recebeu os espanhóis do Desportivo Guardez, num "dia esplêndido e uma casa à cunha." Tal devia-se à "reputação do grupo visitante (...) o mais conceituosa possível..." Esse facto "contribuiu, e muito, para o interesse e espírito de curiosidade da parte da população citadina."

Assim, disputou-se o desafio, com o conjunto espanhol, que actuou com a sua segunda linha, a ser o primeiro a entrar em campo, só tendo o Vitória entrado no recinto de jogo quinze minutos depois, "sendo muito saudado pela assistência. Para a história ficou o primeiro conjunto vitoriano a disputar uma contenda internacional: Adélio; Ferreira, Martinho; António, S. Braz, Mário; Camilo, Virgílio, Constantino, Jacinto e Ferreira.

A primeira parte seria animada, com golos. Adiantar-se-iam os espanhóis no marcador, num tento que "veio provar que Adélio é ainda pouco seguro, apesar da muita habilidade que possúe. Erro palmar." Apesar do contratempo, não demoraria muito a chegar o primeiro golo internacional da história vitoriana, apontado por Constantino, que haveria de bisar na partida, já após a equipa adversária ter-se, novamente, adiantado na partida.

Ora, se a primeira metade foi emocionante, a segunda seria quezilenta, já que "os espanhóis perdem a noção do jogo e vá de entrar na violência, nos balões propositados e nos alívios pouco recomendáveis." Assim, o juiz "... o snr. Hilário Fernandes teve de aplicar sem contemplações, e que obrigou também o público - o maldito vício! - a perder a compostura com que se apresentara na 1ª parte."

Além disso, acrescia que "...dos homens em campo, muito teríamos que falar, mas dada a inferioridade do desafio, não devemos espevitar ódios." Um desafio que, contudo, entraria na história por ter sido o primeiro internacional da existência do clube e que a edição subsequente do jornal haveria de reputar de "honrosíssimo empate."

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