Foi o toque de salvação naquela temporada de 1984/85 em que Pimenta inicialmente acreditou numa juventude...que, talvez, ainda não estivesse pronta.
Aquele pé esquerdo, aquelas arrancadas estonteantes, as bolas colocadas de forma milimétrica na área fizeram, desde logo, de Roldão Novais uma das grandes figuras vitorianas. Mas, além disso, destaque-se o conhecimento de jogo confirmado pela capacidade táctica de fazer a ala toda, não descurando missões ofensivas, mas sempre sendo uma forma de agredir, de desequilibrar o adversário.
Por isso, tornou-se num dos grandes ídolos vitorianos nos anos felizes da década de 80. Um elemento distintivo de equipas extraordinárias, um parceiro dilecto de estrelas como Paulinho Cascavel ou Ademir.
Partiria no final daquele inesquecível exercício de 1986/87, deixando, não obstante, saudades... Saudades que o fizeram regressar, depois de uma época no Nacional da Madeira, para viver uma segunda experiência no clube do Rei. Uma espécie de segunda juventude, onde a explosividade e frenesi dos primeiros anos deram lugar ao savoir-faire, à capacidade de ler o jogo, de colocar a bola com os pés como se tratasse de uma mão, de modo meticuloso e quase científico.
Foram 156 partidas de Rei ao peito e 19 golos marcados, como os dois apontados na caminhada europeia de 1986/87...um em Praga, a garantir o empate que abriria as portas para uma epopeia, e outro ao Atlético de Madrid, naquela partida que fez todo o Velho Continente olhar com respeito e admiração para os Conquistadores.