COMO FANGUEIRO VIVEU UMA CURIOSA HISTÓRIA COM UM TAL DE ALEXANDRINO, PARA DEPOIS ABANDONAR O VITÓRIA DESILUDIDO...

Carlos Fangueiro não tem qualquer prurido em dizer que tem o Vitória no coração. O extremo que chegou ao Vitória na época de 1997/98, ainda que no exercício subsequente tivesse sido cedido a título de empréstimo ao Maia, só em 2000/01 regressaria ao Vitória para disputar mais quatro temporadas de Rei ao peito.

Contudo, logo no primeiro ano do seu regresso, depois de um ano em cheio no Gil Vicente, teria de lidar com uma absoluta instabilidade técnica, com a equipa a contar com três treinadores...e o psicoterapeuta Alexandrino, o homem que fazia alusão a estar-se "firmo e hirto como uma barra de ferro" e que Pimenta, em absoluto estado de desespero, contratou para levantar a moral das tropas.

Todavia, mais do que esse fortalecimento moral, Alexandrino deixou um conjunto de histórias que os membros daquele plantel não esquecem, como o extremo reconheceu a 16 de Novembro de 2019 em entrevista ao Expresso. Um conjunto de momentos deliciosos, que, apesar da bizarria, foram reputados pelo jogador de espectaculares, pois serviram para desanuviar da pressão que a equipa ia vivendo e que a parecia tolher de obter bons resultados. Porém, houve um momento que ficou marcado e que contou assim: "Estávamos a estagiar na pousada Santa Marinha, em Guimarães, e antes de um jantar houve uma reunião inesperada dentro do salão nobre da pousada. Os jogadores estavam sentados nas mesas que formavam um U e após um pequeno discurso do professor Alexandrino, em que os jogadores estavam a rir, ele pediu-nos para tirarmos os ténis e os chinelos, o que tínhamos calçado, e colocar rapidamente os pés em cima da mesa, dizendo que ia passar por cada um de nós, individualmente, e mexer com as mãos dele nos pés dos jogadores. E que nos ia dar técnica para vencermos o jogo."

Um momento sui-generis a contrapor com o sucedido no final da temporada de 2003/04, quando Fangueiro abandonou o Vitória para se comprometer com a União de Leiria. Depois de uma temporada mais apagada do que as anteriores, principalmente as duas antecedentes onde atingiu a dezena de golos, sendo o melhor marcador da equipa “mesmo assim na proposta de renovação queriam baixar bastante o salário." O jogador ficou magoado, assumindo que "levei a peito", ainda para mais "depois de saber as contratações que estavam a fazer: eram jogadores que iam ganhar muito mais, se calhar o triplo ou o quádruplo daquilo que estava a ganhar"

Por isso, abandonaria o Vitória, mas jamais o esqueceria... aliás, bastará falar com ele para entendermos o quanto, ainda, sente os Conquistadores.

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