A temporada de 2006/07 será uma daquelas que os vitorianos tudo farão para não recordar. Com a equipa afundada na Liga 2, com uma profunda remodelação do plantel que parecia não surtir efeitos, com dificuldades em materializar a sua teórica superioridade em relação aos demais contendores, os Conquistadores chegaram a estar a meio da tabela do escalão secundário, denotando sinais preocupantes quanto a um rápido retorno ao seu habitat natural.
Por essas razões, o treinador Luís Norton de Matos abandonaria a orientação da equipa, sendo substituído por Manuel Cajuda que foi capaz de fazer um grande trabalho, levando o Vitória ao lugar que é seu por direito, não fosse o quarto emblema com mais presenças no principal escalão do futebol nacional.
Porém, esse caminho teria inúmeras dificuldades. Entre estas, estiveram as atinentes ao reforço do plantel no mês de Janeiro, para tentar levar a equipa aos lugares de subida. Assim, apesar de terem chegado nomes como o lateral direito Rissutt, o médio Paulo Adriano, o extremo Tchomogo que foram importantes na ambicionada recuperação, procurava-se um avançado que pudesse discutir o lugar com o voluntarioso Henrique e a aposta que parecia não se confirmar Bacari, depois de Fábio Hempel ter, surpreendentemente, abandonado o clube.
Atendendo a esta necessidade, a aposta recaiu num brasileiro de nome Valdir Lucas, que já houvera jogado em França no Ajaccio, e naquele Janeiro de 2007 representava os brasileiros do São Caetano. Assim, logo no início desse ano, o jogador mostrava-se "empolgado com a vinda para Guimarães". Pedia tempo para recuperar a sua forma física, de modo a poder "marcar muitos golos." Eram sinais de esperança, que fariam com que o atleta chegasse ao Vitória cheio de sonhos e de ambições.
Porém, inesperadamente, estouraria a bomba. O avançado, qual Messias do golo, não poderia ser inscrito pelo clube. Na verdade, Valdir, nessa temporada, já houvera actuado pelos emblemas já citados, não podendo representar uma terceira equipa nesse exercício. Tratava-se de um verdadeiro rombo nas aspirações do jogador, mas, acima de tudo, do Vitória em reforçar o seu sector ofensivo. Valdir, por isso, assumiria que "Não vai dar para ficar em Guimarães. Não saio desiludido, mas fiquei chateado e se soubesse deste problema não teria vindo. Apanhou todo o mundo de surpresa. O Vitória achou melhor não arriscar."
Mesmo assim, prometia que
"volto em Junho." As fichas da sua contratação seriam colocadas
em Anderson Costa, emprestado pelo Dínamo Zagreb e, por esses dias, estrela em
jogos de simulação futebolística, mas que, também, não haveria de convencer.
Quanto a Valdir, ao contrário do que previra, jamais voltaria ao Vitória.
Acabaria por falecer em 2021, quando era empresário de jogadores de futebol, e
foi apanhado nas teias da covid 19.