Aquele jogo contra o Portimonense, já no último mês de 2019, poderia ser olhado como uma partida como tantas outras.
Na antecâmara da despedida dos Conquistadores da fase de grupos da Liga Europa, que iria ocorrer 4 dias depois em Frankfurt, frente ao Eintracht, esperava-se que a equipa treinada por Ivo Vieira, resolvesse a partida de modo tranquilo para olhar para a contenda subsequente.
Assim seria, com Léo Bonatini, logo aos 2 minutos, a beneficiar de um malabarismo de Ola John na faixa esquerda para abrir o activo. A partir daí, viver-se-ia uma saborosa modorra, com o Vitória a dominar a seu bel-prazer a contenda.
Até que chegamos ao minuto 61 e com ele um momento genial de um dos mais extraordinários fantasistas que, nos últimos anos, actuou de Rei ao peito. Falamos de um pequeno inglês, natural de Londres, formado no Tottenham e que, à sua chegada aos seniores, o seu treinador comparou a Messi, ainda que nos Spurs não se tivesse afirmado.
Chegado a Guimarães a custo zero ainda que com o seu clube formador a conservar parte dos seus direitos económicos, no início dessa época, Marcus Edwards surpreendeu a quem não o conhecia... e aquele momento, absolutamente, "maradoniano" ou "messiânico" haveria de ser uma espécie de assinatura! A assinatura de um talento que durante duas épocas e meia, muitas vezes, sozinho, procurou resolver os problemas do colectivo!
Verdade que às vezes era indolente, desligado, individualista, vivendo num mundo só seu... mas o que não é permitido aos génios, que sozinhos, por vezes, ganham jogos?