COMO O VITÓRIA VIU EM CÂNDIDO TAVARES A SOLUÇÃO PARA UMA ÉPOCA CONTURBADA, IMPULSIONANDO, TAMBÉM, O ECLETISMO DO CLUBE, BEM COMO INCREMENTOU DE MODO ASSINALÁVEL A SUA VERTENTE SOCIAL...

Aquela temporada de 1952/53 foi deveras conturbada nas cores vitorianas.

Tão difícil que pela primeira vez na sua história, os Conquistadores tiveram três treinadores na época. Assim, começaram com o húngaro Alexandre Peics que sairia para um curto regresso de Alberto Augusto para alcançarem alguma estabilidade com Cândido Tavares que haveria de confirmar o oitavo posto da tabela, sinónimo de manutenção.

Porém, o Sargento Cândido Tavares era mais do que um homem do futebol. Casapiano de formação, seria guarda-redes, com passagens pelo Casa Pia e pelo Benfica, mas, também, teria incursões na esgrima e no basquetebol. Aliás, na primeira modalidade, em 1920 receberia a licença de praticante internacional amador, enquanto na segunda chegaria a actuar no Lusitano de Évora.

Por isso, quando foi contratado pelo Vitória, para além de ter conquistado a manutenção, teria um determinante papel no clube, como se percepciona nas publicações da época, em especial no Notícias de Guimarães de 08 de Março de 1953.

Nesse, quando se dava conhecimento da decorrência de "numa concorrida Assembleia-Geral foram focados assuntos de grande importância para o Vitória." Entre estes estava a criação de "... várias secções desportivas dentro do Clube como as de Basquetebol, de Voleibol e de Ginástica, de Esgrima, Florete e Espada, estas sob a proficiente direcção de Cândido Tavares." Era o aproveitamento das valências do treinador que poderia levar o clube a um outro nível para além do futebol. Um aproveitamento que teria maior visibilidade com as já aqui mencionadas Classes de Ginástica.

Todavia, dessa assembleia-geral um anúncio da direcção merecerá destaque. Na verdade, nessa acto público foi anunciada a criação de um Departamento que estará na antecâmara dos actuais Departamentos de Comunicação. Falamos do Departamento de Propaganda e de Imprensa que iria procurar promover a imagem do clube, bem como iria ajudar a combater o analfabetismo com a criação de uma escola para alfabetizar os sócios com esse handicap. O Vitória deixava de ser, apenas, um clube de futebol...

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