Uma raridade em mais de 102 anos de história!
Com efeito, Rui Borges tornou-se no primeiro treinador da história dos Conquistadores, a abandonar os Conquistadores por outro emblema no decurso de um campeonato. Na verdade, outros terão tido aproximações, como Luís Castro, que terá estado com um pé no Benfica e outro nos ingleses do Reading, ou Rui Vitória, que foi cobiçado por diversos emblemas, mas a verdade é que nenhum partiu a meio do exercício. Terão, contudo, assinado compromissos com outras equipas, como aconteceu com Paulo Sérgio, num episódio já aqui narrado, mas permaneceu de Rei ao peito até ao final da temporada.
E, já que falamos em Paulo Sérgio e em Rui Vitória, esses foram dois dos quatro treinadores que na história do Vitória, abandonaram já depois da respectiva temporada ter sido encetada os seus clubes (que neste caso era o mesmo, o Paços de Ferreira) para abraçarem o projecto apresentado pelo Vitória.
Assim, o primeiro a fazê-lo foi Jaime Pacheco, recrutado, para substituir Vítor Oliveira, na temporada de 1995/96 à União de Lamas, após um inesquecível jogo da equipa que orientava no estádio de Antas e pelo facto do treinador escolhido, o brasileiro Carlos Alberto Silva, ter sofrido um acidente com um boi na sua fazenda no Brasil.
O próximo a abandonar um clube para envergar o Rei foi Álvaro Magalhães. Aconteceu na temporada de 2000/01, quando após se perceber que o projecto de Paulo Autuori não estava a frutificar, Pimenta Machado foi a Barcelos, ao Gil Vicente, contratar um técnico que, contudo, haveria de durar, apenas, 11 partidas.
Chegamos, depois, à sedução pelos treinadores do Paços de Ferreira. Seriam dois a abandonar os Castores com a temporada em curso para abraçarem o projecto vitoriano. Primeiro, na temporada de 2009/10, quando Paulo Sérgio foi contratado para substituir Nelo Vingada. Posteriormente, no exercício de 2011/12, Rui Vitória tomaria o lugar que no início da temporada era de Manuel Machado, para se tornar no segundo treinador da história com mais jogos pelo clube, só suplantado por um homem que em Assembleia-Geral mereceu que fosse deliberado que não mais poderia treinar os Conquistadores: Mário Wilson.