UM MOMENTO QUE MARCOU UMA HISTÓRIA...

A temporada de 2004/05 trouxe uma profunda remodelação ao Vitória, desde logo na liderança da direcção. Vítor Magalhães assumiu o comando do clube, apostou em Manuel Machado para treinador e trouxe uma série de jogadores que, mais ou menos, revelaram-se importantes no apuramento europeu conseguido nesse ano.

Entre eles, estava o defesa central húngaro Attila Dragoner, que houvera sido contratado pelos belgas do FC Brussels ao Ferencvaros, mas que, por 75000 euros adiantados pelo clube, ainda que descontar no salário do jogador, comprou a sua liberdade para tornar-se jogador do clube do Rei.

Attila, nessa temporada, revelou-se um bom suporte para a coriácea dupla composta por Paulo Turra e Cléber, sendo que, na primeira fase da temporada, actuou em muitos jogos a titular.

Contudo, depois de ter o seu vínculo contratual renovado, que viveria um pesadelo na temporada de 2005/06, a da descida ao inferno. Apesar de ter jogado mais, terá sido na cabeça dele que os sonhos vitorianos de fugirem ao cadafalso começaram a perecer... a sentirem que aquela temporada seria um enorme pesadelo ao qual não existira escapatória.

Estava-se a 12 de Março de 2006 e a equipa orientada por Vítor Pontes, finalmente, dava alguma esperança de poder fugir dos últimos lugares. Houvera vencido na jornada antecedente o homónimo sadino, numa extraordinária noite do não menos extraordinário avançado polaco, Marek Saganowski, e deslocava-se a Paços de Ferreira, onde os adeptos vitorianos dizem sempre presente.

Seria um jogo fechado...de medo... convinha não dar passos em falso! Porém, quando aos 62 minutos da partida, o avançado gabonês, Henry Antchouet, foi chamado para entrar em campo, foi dado o sinal para "carregar sobre o último reduto pacense".

Esse sinal de ambição seria recompensado aos 89 minutos, quando o avançado bateu o guarda-redes Peçanha, parecendo garantir três saborosíssimos pontos na fuga ao inferno. Consciente disso, os responsáveis técnicos vitorianos não hesitaram. Chamaram o defesa central que tinham no banco, Attila Dragoner para entrar em campo para o lugar do avançado Dário.

Procurava com esta decisão obviar ao mais que previsível chuveirinho adversário...Seria por aí que um atroz balde de água fria surgiria! Uma bola bombeada pelo clube do Castor, Dragoner, talvez encandeado pelo Sol, a saltar com a bola a bater-lhe na parte superior da cabeça... para enganar Nilson, custando dois pontos que saberiam a mel aos Conquistadores.

Num minuto, o Vitória marcou, fez uma substituição e conseguiu que o substituto que entrara para defender, marcasse um autogolo...se havia dúvidas que os astros estavam conjugados para uma queda na segunda divisão, pareceram ficar dissipadas! Por um momento que marcou a carreira de um jogador no Vitória, que no, final da temporada, regressaria à sua Budapeste natal...

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