COMO UM FAX A DENUNCIAR UM PRETENSO JANTAR COM O ÁRBITRO E OS CARROS DE ALTA CILINDRADA FIZERAM ESQUECER UM SABOROSO TRIUNFO...

Depois do Vitória ter caído nas catacumbas da Segunda Liga, apesar do triunfo na primeira jornada frente ao Vizela, o arranque no escalão secundário foi titubeante e com inesperadas derrotas.

Assim, quando à quinta jornada, o Vitória recebeu o Chaves contava, de modo quase alarmante, com apenas um êxito, sendo que, por isso, essa partida frente aos flavienses era tida como determinante no futuro da equipa.

A alinhar com Nilson; Vítor Moreno, Geromel, Danilo, Hélder Cabral; Flávio Meireles, Otacílio, Brasília; Edgar Marcelino, Henrique e Ghilas, cedo a partida ficaria resolvida graças a um golo de Henrique que correspondeu da melhor maneira a um cruzamento de Edgar Marcelino.

Num jogo com poucas incidências a partir desse momento, salvar-se-iam os três pontos, colocando ponto final na sequência negativa que o Vitória vinha vivendo.

Porém, o ponto mais marcante do jogo sucederia no final da partida. Assim, o, então, presidente Vítor Magalhães dirigiu-se à sala de imprensa para dar a conhecer "uma situação anormal que se passou antes do jogo e é importante que todos saibam."

Assim, deu a conhecer "uma estranhíssima situação" que sucedera 45 minutos antes da partida ser encetada. Assim, o presidente vitoriano relatou que viu passar os elementos da equipa de arbitragem para uma reunião com os delegados da Liga, sem sequer requererem a presença de elementos do Vitória. Tal deveu-se, segundo o líder máximo dos Conquistadores porque o "Sr. Neno esteve a jantar com o Sr. Paraty (o árbitro do jogo) em Braga, na Quinta-feira, e que tinham essa confirmação através de um fax."

Uma situação tão grave que o levava a anunciar que "se alguém mandou o fax, naturalmente vai ser identificado. Antes 45 minutos do jogo, chamar os árbitros e confrontá-los com uma situação destas, eu costumo dizer que os anjinhos já morreram todos e já não nasce mais nenhum. Esta situação tem de ser rapidamente clarificada porque limita e condiciona uma equipa de arbitragem que passados 45 minutos vai arbitrar um jogo. (...) O Vitória não vai continuar a pactuar com este tipos de cenários, com este tipo de comportamento de pessoas que não dão a cara, são cobardes e tentam desestabilizar este grande clube."

Tal faria os visados (Neno e Paraty) saltarem a terreiro para desmentirem tal inusitado encontro e levando o Vitória a anunciar a apresentação de uma queixa-crime contra os autores da "insidiosa cabala que pretende atribuir-lhes uma atitude de aliciamento ou influência sobre o árbitro Paulo Paraty, que pretensamente visaria obter favores no arbitragem no jogo Vitória/Chaves."

Nada viria a ser descoberto, mas nessa conferência de imprensa, Vítor Magalhães ainda iria mais longe, ao referir que "vamos continuar fortes, vamos continuar aqui no Vitória até às últimas consequências. Não me vão intimar, irem a minha casa com alguns jovens com alguma irreverência, porque tenho a informação e posso prová-la que à volta de minha casa andaram carros de alta cilindrada e infelizmente aqueles jovens não têm poder para ter aquele tipo de carros. Por trás disto, há gente que se movimenta. Vamos tentar todos em conjunto dar mais vitórias, fazer jogos mais bem conseguidos, mas o Presidente não tem medo e não se vai amedrontar, nem fugir, vai continuar a trabalhar como até aqui."

Nem com o regresso aos triunfos, por essa altura os vitorianos podiam sorrir...

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