Aquela temporada de 2006/07 ia ser terrível...
Com o Vitória caído nos infernos da II Liga, urgia escapar dessas areias movediças o mais rapidamente possível... regressar ao habitat natural do Rei.
Porém, se na primeira jornada a equipa até dera uma demonstração de segurança triunfando tranquilamente perante o Vizela, o pior viria depois com três derrotas consecutivas, na Póvoa de Varzim, em casa com o Penafiel e no recinto do recém-promovido Olivais e Moscavide, perante a estupefacção geral de quem dava a passagem pelo escalão secundário como "um passeio no parque."
Estupefacção e dor, principalmente de um homem que, provavelmente, sentia e sente o símbolo como uma extensão do seu ser, do seu espírito, Moreno. Ele que nessa tarde fora expulso por acumulação de amarelos por Carlos Xistra aos 58 minutos, quase logo após Tiago Targino ter feito o golo vitoriano, tornando a vantagem do emblema lisboeta na diferença mínima e, por isso, reaberto a esperança vitoriana. Segundo o próprio Moreno, teria sido esse cartão vermelho a impedir que o Vitória desse completamente a volta ao jogo.
Por isso, como relatou o seu companheiro de equipa Franco, também ele titular nessa infeliz tarde de 24 de Setembro de 2006, ao jornal do Vitória, "no final desse jogo, fui ao controlo anti-doping com o Moreno. E ele não parava de chorar desde que entramos até sairmos. Estava de rastos porque tinha sido expulso, o que o fazia pensar ser o causador da derrota. Estive a confortá-lo, mas nada feito. Para ele, o Vitória está acima de tudo, é louco por isto. Nunca vi um caso assim na minha carreira."
Assim continua, até aos dias de hoje...