Estávamos a 27 de Agosto de 2006...
O Vitória começava mais um campeonato, ainda que aquele fosse a partida mais indesejável em muitos anos. Na verdade, os Conquistadores, que eram treinados por Luís Norton de Matos, iriam encetar a sua participação na, então, Liga Vitalis, o segundo escalão do futebol português, após a inesperada queda no inferno na temporada anterior.
Porém, não obstante esse malogro, a verdade é que, logo nessa primeira jornada, os adeptos do clube do Rei bateram o record de assistências naquele escalão com 13.324 espectadores nas bancadas do Estádio D. Afonso Henriques... um número que haveria de ser consecutivamente suplantado até à apoteose final do "Regresso do Rei", perante a Olhanenses com, praticamente, 30.000 adeptos nas bancadas.
Contudo, nesse dia, a alinhar com Nilson; Vítor Moreno, Danilo, Moreno, Hélder Cabral; Flávio Meireles, Otacílio, Ghilas; Brasília, Fábio e Nemouthé, a equipa cedo colocar-se-ia a salvo de sobressaltos. Na verdade, como escreveu o Notícias de Guimarães de 01 de Setembro de 2006, o Vitória apontou um "golo madrugador aos 2 minutos" por Ghilas que "teve o condão de tranquilizar o Vitória que ao longo da semana viveu momentos de ansiedade pelo início da competição..."
Mais tranquilos haveriam de ficar os jogadores vitorianos quando, aos 15 minutos, Brasília apontou o segundo golo, que foi assim descrito pelo jornal consultado: "em lance confuso, junto à linha lateral no meio-campo defensivo do Vizela, Ghilas desembaraçou-se de dois adversários e colocou em Brasília. O brasileiro de costas para a baliza recebeu a bola e em rotação colocou-a ao segundo poste, longe do alcance de Baptista."
O Vitória punha-se a salvo de qualquer percalço, vencendo aquela partida que jamais terá desejado disputar, seguindo uma máxima que Norton de Matos haveria de preconizar no final da partida: "não interessa jogar bonito, mas sim prático e com eficácia." O pior viria depois, com derrotas e maus jogos a custarem o lugar ao treinador, que daria o lugar a um tal de Manuel Cajuda...