Vivia-se o rescaldo das eleições vitorianas de 2004. As primeiras em que Pimenta Machado, desde que assumira a liderança do Vitória, não tivera o papel de protagonista. Assim, Vítor Magalhães bateu o seu primo Manuel Almeida, tornando-se no sucessor de uma liderança de 24 anos.
A necessitar de reforçar a equipa, fez chegar do Brasil um jogador do qual dizia-se maravilhas e que estava a bater à porta do escrete canarinho: Luís Mário, proveniente do Coritiba e que ao jornal Record dizia que "Vou cumprir o sonho de jogar na Europa e quero ajudar o Vitória a disputar a Taça UEFA. Essa é a principal meta já a partir da próxima temporada." Sonho esse que para tornar-se realidade muito contribuiu o presidente Vítor Magalhães, uma vez que "O presidente Vítor Magalhães é uma pessoa fantástica. Acertou tudo comigo, mas quis falar com a minha mãe, meu pai e a minha noiva. Não sou apenas eu que estou entusiasmado, mas sim toda a família. Estamos contagiados com tanta simpatia."
Assim, o jogador que apresentava um curriculum de respeito, tendo mesmo sido Campeão do Mundo de Clubes com a camisola do Corinthians, era o cabeça de cartaz da equipa construída por Manuel Machado, sendo que a 22 de Julho de 2024, o Mais Futebol dava conta da sua apresentação, juntamente como seu compatriota Alexandre, afirmando ter-se tratado de "uma cerimónia que decorreu no «showroom» do Estádio D. Afonso Henriques, perante uma plateia de sócios ávidos por conhecer as duas novas caras do plantel vitoriano que chegaram ontem a Portugal, provenientes do Brasil."
Uma verdadeira onda de entusiasmo, incendiada pelas palavras do jogador a prometer vencer um título, e a confessar ao Notícias de Guimarães de 23 de Julho que "sempre tive um sonho de jogar na Europa. Surgiu a oportunidade e fiquei muito feliz por ter conseguido resolver a minha vida e chegado a um entendimento com o Vitória.(...) Sou um jogador muito importante na estrutura da equipa, atacando e ajudando na marcação, pois tenho as armas mais importantes do futebol que são a velocidade e a técnica."
Seria importante no regresso europeu vitoriano, apontando, inclusivamente, o tento que confirmou o êxito sobre o concorrente Boavista por duas bolas a zero, naquele que foi o seu último momento de Rei ao peito, pois seria expulso após tirar a camisola no festejo do golo, não podendo disputar a derradeira partida da Liga.
Já completamente adaptado ao futebol europeu, cederia à jogada de sedução do Atlético Mineiro, regressando ao Brasil, dizendo levar o Vitória no coração. Arrepender-se-ia do passo dado, tal como confessou recentemente no canal brasileiro Nosso Futebol, ao dizer que a sua aposta foi "Pior m... que já fiz na minha vida. Desculpe a sinceridade. E não perdoo o Tite por isso, porque ele que me convenceu. Estava extremamente adaptado à Europa, com moral. A Lazio apareceu no final da temporada, querendo me contratar. Aí o Tite me liga: "Você precisa vir para o Atlético-MG, você é fundamental no meu esquema, você não jogou na Seleção Brasileira, tem que ir pra Seleção. Vou formar uma seleção aqui"
Fascinado por ganhar o dobro do que iria auferir em Itália e com o sonho do escrete no espírito, Luís aceitou regressar ao seu país, para sentir na pele a desilusão. O Atlético acabaria despromovido e o jogador encetaria um périplo por diversos clubes que o levou em 2008, inclusivamente, a representar os suíços do St. Gallen até terminar, em 2015, a carreira no Novo Hamburgo... arrependido pelo passo que deu quando abandonou o Vitória!