Andava o Vitória, naquela infeliz temporada de 2005/06, em sobressalto...
Um sobressalto agónico que iria ter o pior dos desenlaces com a inesperada e infeliz despromoção! Um malogro de proporções dantescas, atento o inesperado do momento, da situação...
Porém, diga-se que em Janeiro desse ano, a um naipe de jogadores que já contava com homens como Geromel, Svard, Benachour, Clayton ou Saganowski, a direcção, presidida pior Vítor Magalhães, tentou juntar outras mais-valias que permitissem a fuga ao cadafalso que, a cada jornada que passava, se pressentia com maior força. Assim, chegaram nomes como o lateral esquerdo Paíto, o lateral direito Vítor Moreno, o médio defensivo Otacílio, o extremo espanhol Paco Gallardo, o avançado Antchouet e o criativo Wesley... que haveria de desencadear grossa polémica. Porém, diga-se, que o treinador Vítor Pontes houvera, também, substituído Jaime Pacheco, por essa altura, o que poderá justificar o falhanço da temporada, já que realizou-se uma pré-temporada em competição com os resultados catastróficos a que isso levou.
Porém, voltemos a Wesley, que chegava cedido a título de empréstimo dos espanhóis do Alavés, depois de, em Portugal, ter brilhado no Penafiel na temporada anterior.
Ainda antes da apresentação levantou-se um grande burburinho na cidade. Alegava-se que jogador viria para o Vitória, mas com salário "à espanhola", sendo que a direcção liderada por Vítor Magalhães deveria suportar a sua retribuição na totalidade, que "era uma loucura" incomportável para um clube que dizia estar a ultrapassar dificuldades financeiras, que dissera, no início da temporada, que tinha de apertar o cinto e tal era, unicamente, uma medida desesperada a um epílogo que já todos temiam.
Porém, no dia da apresentação do jogador e que, em simultâneo, serviu para apresentar Vítor Moreno, Magalhães passou ao ataque...contra a alegada oposição ao seu trabalho! Assim, no intuito de esclarecer os boatos que pululavam pela cidade referiu que "escrevem que o Wesley vai receber 30 mil euros/mês... é um absurdo. O jogador irá de facto ganhar um bocado mais do que isso, durante os meses todos que estiver cá em Guimarães", passando de imediato o vínculo contratual para as mãos de um sócio que se encontrava a assistir à cerimónia de apresentação. Assim, para o líder vitoriano a informação "tinha origem em Lisboa e não tinha qualquer fundamento!"
Interpretava tais boatos como provenientes de pessoas que se consideravam vitorianas mas que queriam mal ao clube e colocaria, por isso, a boca no trombone, ainda que não falasse em nomes: "As pessoas são maldosas e estão a tentar desestabilizar. Começo a acreditar em alguns ajuntamentos, alguns jantares e almoços que se fazem por aí, de alguns que se intitulam que eram meus amigos só porque jogavam às cartas comigo. Jogo às cartas com pessoas que sejam educadas. Sou muito mais amigo dos empregados dessas pessoas que dos patrões. Os meus amigos não são esses, mas sim aqueles que estão atentos ao trabalho que vamos desenvolvendo."
A reforçar a ideia do rumor infundado acerca do salário do jogador em questão diria, ainda, que "esta direcção herdou um clube com 12 milhões de passivo, a sede foi penhorada por dívidas de 1999 a 2002."
Por fim, antes de abandonar a sala ainda teria tempo para concluir dizendo que "querem é desestabilizar, mas não vão conseguir. A oposição conheço-a toda e, portanto, tenham cuidado com as suas empresas, porque se calhar existem problemas sociais graves. Continuem a almoçar, mas falem daquilo que sabem."
Wesley, esse, estrear-se-ia no Domingo seguinte, na derrota em Braga, no derby eterno. Tal como os seus colegas seria incapaz de fazer o Vitória fugir ao destino que se temia... e o clube haveria, ainda, de ficar mais fracturado!