Estávamos na época de 1944/45.
A última em que Alberto Augusto, o primeiro grande treinador da história vitoriana, orientou a equipa. Ao seu comando, o Vitória houvera garantido a hegemonia do futebol distrital, ascendido ao principal escalão do futebol português e chegado pela primeira vez à final da Taça de Portugal. Por direito próprio, o antigo internacional português merecerá estar na galeria dos melhores treinadores de sempre da história do clube.
Mas, foi, também, a primeira de Curado. Coimbrão de nascença, tornou-se vitoriano de coração. Mais do que isso, reconhecido como "eterno capitão" da equipa, homenageado nos 75 anos do clube, em 1997, ainda em boa forma.
Na junção destes dois homens, aos quais se aliaram outras referências como o guarda-redes Machado, o "homem do gorro" Zeferino, o fantasista José Maria, o avançado Miguel e Ferraz que encetava a sua última temporada com o V aposto na camisola branca, foi garantido mais um título distrital de forma saborosíssima. Bastará dizer que o Vitória fez a festa em Braga, com um êxito por duas bolas a uma sobre o eterno rival.
Seguiu-se o Campeonato Nacional, encetado com uma derrota por três bolas a duas em Vidal Pinheiro, reduto do Salgueiros. Até que se seguiu o desafio retratado na revista Stadium de 06 de Dezembro de 1944, perante o Estoril.
Nesse dia, com o Vitória a alinhar com Machado; João, Garcia; Zeferino, Arlindo, Curado; José Maria, Alcino, José Brioso, Miguel e Ferraz, segundo a publicação referida, "o desafio decorreu de forma equilibrada. (...) Foi o Vitória que marcou para os lisboetas empatarem quàsi no fim da primeira parte. Em seguida, na segunda parte, aos oito minutos, o clube local resolveu o problema”. Os heróis dessa tarde foram Ferraz e José Brioso, autores dos dois tentos vitorianos que garantiram o êxito por duas bolas a uma. Foi a primeira dos quatro triunfos nessa temporada, que teve o seu apogeu aquando do sucesso obtido frente ao FC Porto por três bolas a zero.
Foi a quarta e derradeira vitória no campeonato nacional desse ano. Tratou-se de um desempenho que a publicação de 11 de Abril de 1945 da supracitada revista, assumiu que “o Vitória portou-se de modo a justificar a sua inclusão. Empates com o Belenenses e o Sporting e várias vitórias, uma das quais sobre o Olhanense, já não é mau de todo." O Vitória, com a partida do velho mestre, ia iniciar um novo ciclo, mas isso já será outra história..