NA LUZ, SEMPRE FOI ASSIM...

Mudam os anos, mas o enredo é sempre o mesmo!

A temporada de 1992/93 terá constituído uma das maiores desilusões que existiram durante o consulado de Pimenta Machado.

Com efeito, apesar de ter promovido o regresso do bem-amado técnico Marinho Peres e ter contratado jogadores como Tanta ou Dane, a verdade é que a equipa teve dificuldades em encontrar o seu ritmo, o que levou, mesmo, "seu Marinho" a ter de partir sem a glória que seis anos antes houvera encontrado.

Para o substituir, a aposta recaiu num homem da casa. Antigo jogador, a trabalhar na estrutura, coube a Bernardino Pedroto salvar o que, ainda, fosse possível da temporada.

Com alguns reforços importantes, como o defesa Paulo Pereira ou avançado Alexandro Beretta, o Vitória conseguiu afastar os medos de uma despromoção, conseguindo mesmo apostar numa boa carreira na Taça de Portugal. Nesta prova, refira-se, os Conquistadores chegaram às meias finais, onde a uma só mão, receberam o Benfica no D. Afonso Henriques. Estiveram a vencer por uma bola a zero, graças a um golo de Ziad, para nos dez derradeiros minutos sofrerem dois tentos e verem a porta do Jamor a fechar-se.

Por isso, a 09 de Maio de 1993, quatro dias após esse balde de água fria, tendo o Benfica novamente como oponente, ainda que para o campeonato, o desejo era de demonstrar o quão injusto fora aquele resultado.

Porém, a equipa vitoriana não terá contado que o adversário tivesse um inesperado apoio. José Filipe, o árbitro algarvio encarregue de dirigir o jogo ia entrar para a história sem ser pelas melhores razões.

Assim, depois da equipa da casa ter-se adiantado no marcador com um golo de William, na cobrança de uma duvidosa grande penalidade, o Vitória de imediato reagiu. Atirou-se para cima do adversário que, com tal fúria, de imediato acercou-se do seu último reduto.

Nesse frenesi, Basaúla tentou a sua sorte de longe. Um balázio estrondoso que deflagrou na baliza de Silvino. Um golo capaz de levantar qualquer estádio!

Euforicamente, toda a equipa acorreu a abraçar o herói de tão belo momento. Um momento capaz de ficar na história de um jogador.

Só que com a equipa toda abraçada, o juiz deu a indicação que o golo devia ser anulado pelo esférico não ter transposto a linha de golo... algo que todo o país, através das imagens televisivas, comprovou não ser verdade.

Com uns jogadores a protestar, outros incrédulos e, alguns, ainda a celebrar, o Benfica repôs a bola rapidamente em jogo. Fruto dessa falta de "fair-play", aliada ao erro inicial do árbitro e à sua posterior complacência, Isaías apareceu isolado perante o guarda-redes Madureira para fazer o segundo golo da partida.

Terá sido primeiro caso do mundo em que um golo do empate, gera uma vantagem de dois tentos para a outra equipa!

Apesar do comentador de arbitragem daquela altura Vítor Correia ter tentado justificar o injustificável, a verdade é que o Conselho de Arbitragem suspendeu José Filipe.

Sim, em casa do Benfica, estes momentos fazem parte da história...

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