COMO EM TERRAS DO CLERO, QUEM MANDOU FOI O REI!

O título que ilustra as presentes linhas foi o que o Notícia de Guimarães utilizou a 08 de Abril de 1993 para iniciar a crónica de mais um triunfo do Vitória frente ao SC Braga no Clássico Minhoto.

Tratou-se de um triunfo importantíssimo, que confirmou a retoma de uma equipa que com Marinho Peres nunca atingiu o nível esperado e que, só após Bernardino Pedroto, a ter assumido conseguiu fugir do pântano dos lugares de descida, para chegar à tranquilidade.

Assim, nesse dia 04 de Abril de 1993, com uma imensa mancha branca a ocupar o topo do estádio 1º de Maio, o Vitória entrou em campo com Madureira; Quim Berto, Matias, Paulo Pereira, Tanta; Dimas, Paulo Bento, Pedro Barbosa, N'Dinga; Ziad e Alexandro. Com a equipa a viver a melhor fase da temporada, proveniente de três êxitos consecutivos, vencer na cidade vizinha seria quase a certeza de passar a respirar desafogadamente, ao invés do que sucedera, praticamente, quase durante toda a temporada em que a máquina de calcular andou sempre presente.

Segundo a publicação consultada tratava-se de "um jogo de alto risco. Isto porque a nenhuma das equipas convinha perder. É que perder dois pontos, para o Braga, podia e pode significar o carimbo no passaporte para a divisão de honra. Para o Vitória a situação não era tão dramática, mas podia tornar-se a curto prazo."

Apesar do carácter decisivo da partida, a confiança reinava nos vitorianos. Esta seria confirmada por uma primeira parte sóbria em que, apesar de ter dominado a partida, soube-se resguardar para dar a estocada decisiva já perto do quarto de hora da segunda metade. Nesse momento, "Alexandro apareceu muito oportuno a responder a uma insistência de Ziad que junto à linha de cabeceira não deixou a bola sair, chutou para a frente, Rui Correia estava batido e a bola, com facilidade, entrou. Alexandro marcou, festejou junto dos seus adeptos e, como manda a lei, viu o cartão amarelo."

O Vitória colocava-se em vantagem que saberia segurar até ao final da partida, dando passo de gigante na classificação, ousando-se, num excesso de optimismo, pensar numa qualificação europeia. Apesar de na partida seguinte ter vencido o SC Espinho por três bolas a uma, numa bela sequência de cinco êxitos consecutivos, a verdade é que três inêxitos seguidos matariam esse sonho! Ficava, contudo, mais um saboroso triunfo na cidade vizinha onde o Rei foi superior ao Clero...

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