COMO A TOMADA DE POSSE DE PIMENTA SIGNIFICOU A CERTEZA DE UM CLUBE VITAL, PULSANTE E QUE A TODOS ABRIA AS PORTAS PARA OS MOMENTOS DE INDISCUTÍVEL RELEVÂNCIA ASSOCIATIVA...

Tinham passado cerca de 3 meses desde que os vitorianos tinham decidido que Pimenta Machado iria assumir os destinos clube.

Com efeito, seria só com a época finda que o novo presidente tomaria posse, que foi como escreveu o jornal do Vitória de Junho de 1980, "uma grande manifestação de unidade e vitalidade da primeira colectividade vimaranense." Na verdade, o acto realizado no Salão Nobre do, então, estádio Municipal demonstrou a vitalidade do clube, pois, o espaço esteve repleto de convidados, bem como de associados que quiseram congratular o jovem que iria abraçar a missão de dirigir os Conquistadores. Bastará, apenas, dizer que, a demonstrar a grandeza e a relevância do Vitória no futebol nacional, "estiveram presentes, ainda que em nome pessoal, os Senhores Governador Civil do Distrito e o Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, além de diversas individualidades em representação das mais diversificadas instituições de Guimarães e seu termo.”

Além destes, "pelo desporto estiveram na sala representantes da Federação Portuguesa de Futebol, da Associação de Futebol de Braga, do Sporting Clube de Braga, da Associação Desportiva de Fafe, do Lar, do Desportivo Francisco de Holanda, etc."

Para além dos presentes, como sinal da força do clube no panorama desportivo português e com portas abertas a todos, "foram recebidos telegramas de felicitações de quase todos os principais clubes portugueses que não puderam estar presentes, merecendo saliência especial os do F.C. do Porto, Benfica, Belenenses, Boavista, Varzim, Espinho, Beira-Mar, Setúbal, Rio Ave, Juventude de Évora, Famalicão, Tirsense, etc. e de todas as Federações com filiação vitoriana e da Liga de Clubes Profissionais de Futebol."

Com o acto a ser presidido pelo presidente da assembleia-geral cessante, Egídio Pinheiro, seria ele a entregar "o seu lugar a António Duarte da Silva Xavier que é o novo presidente do Plenário." Nesta local de honra "sentaram-se na mesa o engenheiro Hélder Rocha, que representava a Federação de Futebol, Fernando Moura Machado da Associação de Futebol de Braga, Dr. Fernando Alberto Matos Ribeiro da Silva, Presidente do Conselho Fiscal e Governador Civil do Distrito, Gil Mesquita, Presidente da Direcção que terminou o seu mandato e Maximino Mota, do Sporting Clube de Braga."

Depois de discurso de Egídio Pinheiro a todos ter emocionado, já que recordou "emocionadamente, a figura de António Xavier, a quem ia passar o testemunho, como atleta do Vitória que encharcava a camisola de suor", seguiram-se as palavras do secretário-geral da Associação de Futebol de Braga, Fernando Moura Machado, de Hélder Rocha que "referiu-se, de modo especial, aos grandes vitorianos presentes na sessão, como Egídio Pinheiro, Alberto Pimenta Machado Júnior, Antero Henriques da Silva Júnior, Manuel Cardoso do Vale, etc., para terminar dizendo: o Vitória é o elo de unidade dos vimaranenses."

Por fim, já depois de, também, a Comissão de Fundos Para um Vitória Maior ter sido empossada e o presidente cessante, Gil Mesquita, ter aludido à "sua felicidade por sentir que todos os sócios estavam com a nova Direcção", seguiu-se o discurso mais esperado: o de Pimenta.

Faria uso de uma das suas maiores e mais admiradas qualidades, que era a da eloquência e do improviso no discurso, dizendo "de forma informal, cremos que propositadamente informal, dirigiu-se à massa associativa, dizendo-lhe que considerava indispensável o apoio de todos os associados e também das forças vivas da cidade." Afirmava ser "avesso a promessas", preferindo valorizar os actos.

Depois de Fernando Alberto Ribeiro da Silva também ter usado da palavra, a sessão seria encerrada pelo novo presidente da Assembleia-Geral, António Xavier, que depois de ter homenageado os corpos directivos cessantes, acabaria a dizer "e porque falar do Vitória, é falar de Guimarães, estou pronto, uma vez mais, a colar a sua camisola ao peito. Viva o Vitória! Viva Guimarães."

Assim findava "uma grande festa vitoriana, das maiores que o clube terá presenciado, mas a juntar a tantas outras, de igual fervor e entusiasmo vividas no passado que fizeram do clube vimaranense um dos maiores de Portugal."

O Vitória começava um novo período, abrindo as portas a todos, recebendo-os no seu seio e afirmando a sua relevância no futebol português...

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