A CAÇA À ROLA

Aquela temporada de 1992/93 não correu como o Vitória esperava. Com efeito, depois da aposta em Marinho Peres ter-se reputado de um fracasso absoluto, a tranquilidade chegou sob o comando de Bernardino Pedroto, que colocou o Vitória a pontuar e a jogar o futebol que se perspectivava no início da temporada.

Porém, naquele ano, ficou na história uma partida perdida perante o Sporting, em que o árbitro, António Rola, foi protagonista de uma polémica arbitragem em prejuízo do Vitória e que levou a que Pimenta dissesse que o juiz tinha brincado com a lealdade emocional dos adeptos.

Ficaria na lista negra dos vitorianos e quando foi nomeado para dirigir um decisivo derby, frente ao SC Braga, na temporada de 1996/97, todos os vitorianos torceram o nariz. Na verdade, com a equipa a precisar de fazer igual resultado do que o Salgueiros fizesse em Faro para garantiu o apuramento europeu, a partida foi tensa e nervosa.

Tão pulsante que no intervalo, surgiu o sumo desta história. O presidente do Vitória, António Alberto Pimenta Machado, ainda com a arbitragem de há quatro temporadas bem presente no espírito e desagrado com a prestação do juiz, actualmente a trabalhar na BTV, no intervalo da partida, desceu aos balneários.

Aí, terá dito a Rola que " Só quero que sejas honesto senão mando abrir as portas aos leões e não sais daqui vivo", para, posteriormente, dar dois murros na porta do balneário do juiz e gritar que  “Não te esqueças que te estou a avisar."

A segunda parte correria a contento dos Conquistadotes, garantindo o Vitória o apuramento europeu, pelo facto do Salgueiros ter desperdiçado uma grande penalidade no derradeiro minuto da partida de Faro.

Apesar de Rola ter assumido que não se sentiu condicionado nem teve medo na segunda metade do desafio, deixando, inclusivamente, por marcar uma grande penalidade sobre o sueco Fredrik, a verdade é que apresentou queixa-crime contra o presidente do Vitória. Seis anos depois, haveria de ser condenado penalmente por tentativa de coacção, vendo-se na contingência de indemnizar o juiz em 30 mil euros.

Outros tempos...

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