Ziad chegou a Guimarães para disputar a temporada 1990/91.
Na anterior, sentira-se que faltara um goleador ao Vitória para poder voar mais alto, sendo, porém, certo que a contratação de Fernando Gomes, bibota de ouro, esteve por um fio... para, em cima da linha da meta, o Sporting de Sousa Cintra ter-se superiorizado aos Conquistadores, apresentando uma proposta impossível de igualar.
Por isso, apesar da temporada de excelência protagonizada em 1989/90, sentia-se a falta de um homem golo, que só haveria de chegar na época seguinte, proveniente da Tunísia. Era Hamed Ziad Tlemçani, que haveria de fazer três temporadas e meia de bom nível em Guimarães.
Porém, além disso, haveria de integrar-se com facilidade na sociedade vimaranense, caindo, mesmo no goto, do presidente do clube Pimenta Machado. Como o próprio reconheceu em entrevista ao Jornal Record. de 09 de Outubro de 2002, "Os jogadores diziam que era meu pai, pois gostava muito de mim."
Não obstante isso, apesar dessa relação especial, reconhecia-lhe o carácter rígido nas negociações, ainda que tivesse sido capaz de renovar o seu vínculo por três vezes com o Vitória. Todavia, entre essas negociações, coube-lhe merecer uma honra que, segundo o próprio presidente, nunca outro jogador tinha merecido: "um dia convidou-me a casa dele e disse-me: "És o primeiro jogador que aqui entras."
Por isso, se compreende que quando Ziad fez as malas para rumar ao Japão, para jogar no Vissel Kobo, ao lado de Michael Laudrup, não houvesse como o segurar. Ainda que, fruto dessa admiração especial, Pimenta Machado "queria que eu ficasse o tempo que quisesse, mas não podia pagar muito. Era uma diferença muito grande e apesar de adorar Guimarães, tive de aceitar o Japão." País do Sol Nascente esse que surgiu, por intermédio de Bobby Robson, que já antes o houvera tentado levar para o FC Porto e que só não conseguiu porque Marinho Peres fizera dele imprescindível no Vitória, e que o recomendou a Stuart Baxter, o, então, treinador do clube nipónico.
Sem, contudo, esquecer Guimarães, ele que afirmava que "nunca senti que era estrangeiro.... sentia-me mais português do que os portugueses."