Estávamos em 1925...
O Vitória, ainda, era uma realidade instável e haveria de, poucos anos depois, suspender a sua actividade.
Porém, enquanto o clube ia procurando desenvolver a sua actividade naquele desporto tipicamente inglês, que, apesar de se disputar há alguns anos em Portugal, chegara a Guimarães há menos tempo.
Num tempo em que a imprensa ainda não tinha a força que tem hoje e o futebol, ainda, não merecia manchetes, o jornal A Ortiga, criado em 1925, e cuja vida estendeu-se, por apenas, um ano, era dos poucos a dar algum destaque às actividades desportivas vitorianas.
Assim, a 15 de Novembro de 1925, noticiava que no Campo da Perdiz iria decorrer a partida entre o Vitória e os Condestáveis, uma equipa proveniente do Porto "para disputa dum bronze artístico, oferta do grupo visitante." A publicação de 29 de Novembro dava-nos a conhecer que o mesmo ficara em Guimarães, já que o conjunto vimaranense vencera por 18 a 2, numa clara manifestação de superioridade.
Entretanto, na mesma altura, o Atético Clube de Guimarães, que haveria, posteriormente, de fundir-se com o Vitória, acordara um jogo com o Clube Caçador das Taipas. Porém, este ao invés daquele que ocorrera na Perdiz, correu mal, descambando em inesperados actos de violência.
Apesar do Atlético ter triunfado por cinco bolas a duas, "... os jogadores vencidos e alguns habitantes daquela povoação receberam de má catdura a vitória do grupo vimaranense..." Por isso, resolveram desforrar-se do desaire, "...correndo os visitantes à navalha e à pedrada."
Ora, tal gesto provocava profunda indignação, sendo que era "... próprio da canalha e não de criaturas que se prezam, mais ainda nos indignou o sabermos que os agressores foram, em parte, auxiliados por quem só devia e só tinha o direito de intervir conciliatória e ordeiramente." Por isso, concluía-se que "com selvagens não se pode jogar." Eram os atribulados primeiros passos do futebol vimaranense, ainda com duas entidades: o Vitória e o Atlético...