COMO, SURPREENDENTEMENTE, PIMENTA TEVE PACIÊNCIA COM INÁCIO, NUMA DAS PIORES SEQUÊNCIAS DE RESULTADOS DA HISTÓRIA...

A temporada de 2001/02 foi de reconstrução no Vitória.

Assim, depois do malogro do projecto gizado por Paulo Autuori e do tiro ao lado que foi a contratação de Álvaro Magalhães, coube a Augusto Inácio minimizar os danos... leia-se, salvar o clube de uma impensável descida de divisão e lançar bases para um futuro mais risonho e consentâneo com os pergaminhos do clube.

O treinador português, com sacrifício, conseguiria ter êxito na sua missão, merecendo de Pimenta Machado a possibilidade de continuar a orientar a equipa nem época citada. A partir daí, deu-se um longo trabalho de reformulação do plantel, com muita especulação (nomes como Féher, Paulo Madeira, Porfírio ou o neerlandês Hoekstra estiveram nas cogitações do clube) e ainda mais contratações como Palatsi, Bessa, Cléber Flamarion, André, Nuno Assis, Romeu, Guga ou Laelson, numa autêntica revolução.

A época, apesar da escorregadela inicial em casa perante o Gil Vicente, em que o Vitória perdeu por duas bolas a zero, a verdade é que correria de modo equilibrado e satisfatório a ponto de se chegar a meio da segunda volta com o quinto lugar em ponto de mira, já que a equipa encontrava-se na sexta posição a um escasso ponto da surpreendente União de Leiria, que, nesse ano, durante grande parte da época, fora treinada por um jovem e irreverente José Mourinho.

Porém, a 17 de Fevereiro de 2002 terá começado uma das piores séries de resultados da história do clube. Na verdade, quando a equipa, nesse dia, empatou a zero em Paços de Ferreira, ninguém pensou que se iria começar um longo jejum no que à matéria de triunfos diz respeito. Aliás, fruto do entusiasmo que a equipa ia gerando, o facto do Notícias de Guimarães com data de 22 de Fevereiro de 2002 escrever que "Adeptos invadem Mata Real". Porém, a equipa composta por Palatsi; Abel, Flamarion, Cléber, Rogério Matias; Marco Couto, Pedro Mendes, Nuno Assis; Fangueiro, Ceará e Romeu, nesse dia, ainda teve de enfrentar uma atroz arbitragem do juiz Paulo Paraty que, a poucos minutos do final da contenda, inventou uma grande penalidade que Palatsi haveria de brilhantemente defender.

Contudo, aquele jogo sem triunfar, haveria de ser o início de um calvário que só teria epílogo quase três meses depois, na última jornada do campeonato, com uma derrota por quatro bolas a duas no D. Afonso Henriques perante a União de Leiria. No total, foram doze jogos em que a equipa treinada por Augusto Inácio venceu apenas um frente ao Belenenses, empatou quatro e perdeu sete numa sequência absolutamente aterradora.

No derradeiro jogo dessa campanha, com os Conquistadores a alinharem com Palatsi; Abel Cléber, Marco Couto, Rogério Matias; André, Pedro Mendes, Hugo Cunha; Fangueiro, Romeu e Guga, perderiam por quatro bolas a duas, numa partida que foi denominada pelo jornal já citado e consultado de "Catástrofe Final".

Porém, contrariamente ao que era normal em Pimenta, Inácio manter-se-ia firme durante esta espiral negativa. Aliás, logo após a referida catástrofe final" começariam, em conjunto, a preparar a temporada seguinte que se tornaria inesquecível pelo futebol praticado na "caixinha de fósforos" de Felgueiras.

Postagem Anterior Próxima Postagem