COMO ROMEU REDESCOBRIU A FELICIDADE, DEPOIS DE UMA DUPLA NEGA: PRIMEIRO A MORTIMORE, TREINADOR DO BENFICA, E DEPOIS AO BOAVISTA...

Romeu Silva chegara ao Vitória na temporada de 1972/73 num episódio já aqui relatado. Esquerdino de bons recursos daria nas vistas, a ponto de se transferir para o Benfica na época de 1975/76. Porém, na Luz não haveria de ser feliz, ao ponto de em duas temporadas ter realizado, apenas, 16 partidas.

Com efeito, como o próprio reconheceu à publicação Ídolos do Desporto de 01 de Novembro de 1979, "... passei a primeira temporada entregue a lesões, tendo sido inclusivamente sujeito a uma intervenção cirúrgica." Na segunda, todavia, "apresentei-me à ocupação de um lugar na equipa, mas também não fui feliz", acabando por não ser opção. Assim, "comecei a sentir que estava a ser (de propósito) esquecido."

Por isso, haveria de tomar uma resolução que passava por rescindir o seu vínculo contratual, ainda que o treinador inglês dos encarnados, John Mortimore, afiançasse que contava com ele. Todavia, estas promessas não eram levadas em linha de consideração pelo jogador que na supracitada publicação, haveria de confessar que numa "conversa a sério com o treinador inglês, na qual lhe disse tudo aquilo que pensava dele, ao ponto de afirmar que o achava um bom técnico, graças aos seus conhecimentos(...) mas, em contrapartida e como homem não tinha qualquer valor para mim." Por isso, segundo o jogador, só ficaria no clube lisboeta caso a tal fosse obrigado, ainda que Mortimore o tentasse apaziguar prometendo-lhe uma oportunidade... a lateral esquerdo, num lugar para o qual já coexistiam os internacionais Artur e Pietra, ainda que, nesse momento, se encontrassem lesionados.

Acabaria por não aceitar uma proposta que confessou ser um presente envenenado, sendo, por isso, colocado no mercado. Como talentoso executante que era, começariam a surgir os emblemas interessados. Primeiro o Boavista e depois...o Vitória que o lançara para o estrelato! "O clube portuense, inclusive, ofereceu-me melhores condições". Não seria isso, contudo, a seduzi-lo, pois "nessa altura, não vi o dinheiro em primeiro lugar. O que me interessava sobremodo era regressar ao primeiro plano do futebol português." Além disso, "como eu conhecia muito bem o ambiente do Vitória e o seu técnico, optei sem hesitar pelo clube vimaranense, onde me senti sempre muitíssimo bem..."

Por isso, por mais duas temporadas haveria de pincelar de magia os movimentos ofensivos vitorianos... até rumar ao FC Porto na temporada de 1979/80, mas isso já será outra história!

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