COMO O VITÓRIA APRENDEU EM FAMALICÃO UMA LIÇÃO QUE, INFELIZMENTE, TEM REPETIDO AO LONGO DOS ANOS...

A Taça de Portugal sempre proporcionou ao Vitória dores de cabeça. Algumas épicas, mas sempre inesperadas.

Naquele ano de 1973/74, na antecâmara da Revolução dos Cravos que alteraria, definitivamente, o panorama político português, o Vitória, orientado por Mário Wilson, fez um campeonato equilibrado que lhe permitiu terminar o exercício num tranquilo sexto posto... ainda que depois do 25 de Abril de 1974 não vencesse alguma das três partidas que disputou até ao final do campeonato.

Porém, pouco antes do Movimento das Forças Armadas agir, deviam disputar-se os dezasseis avos de final da Taça de Portugal, com o Vitória a ter de deslocar-se a Famalicão, cuja equipa local que tinha disputado a Zona Norte da Segunda Divisão Nacional, que já houvera terminado, tendo conseguido obter um modesto décimo terceiro posto da tabela em vinte participantes.

Porém, como tantas vezes tem ocorrido na história vitoriana, o subestimar do adversário deu maus resultados. Péssimos mesmo, atendendo a na Taça de Portugal não existir segunda oportunidade! Com efeito, a equipa treinada por Mário Wilson disputou o jogo "em ar de treino, como se bastassem as camisolas vitorianas para levarem de vencido o seu valoroso adversário, que, sendo nitidamente inferior, jogou humildemente."

Tal atitude, passou num modesto reconhecimento da diferença de forças, pelo que "jogou humildemente, encolhido no seu meio campo, espreitando quaisquer oportunidades que, pela displicência do adversário pudessem surgir."

Assim, a equipa composta por Rodrigues; Artur, José Carlos, Manuel Pinto, Osvaldinho; Ernesto, Abreu, Custódio Pinto; Silva, Tito e Ibraim, só acordou depois dos dois golos do famalicense Leonardo, conseguindo reduzir distâncias fruto de um tento de Custódio Pinto. Depois disso, "os últimos momentos da partida mostrou-nos um Vitória verdadeiramente interessado e, aí, sim os de Guimarães foram infelizes, porquanto, até esse momento, deixaram, inexplicavelmente, "correr o marfim".

Mais uma vez, a sobranceria na Taça de Portugal resultava numa profunda desilusão e num "castigo, portanto, que os homens de Guimarães fizeram por merecer e prémio chorudo, mas certo, para a generosidade, destemor, humildade e realismo dos homens de Famalicão."

O Vitória aprendia uma lição que, até aos dias de hoje, infelizmente, por vezes, tem repetido...

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