Aquele jogo frente ao Beira-Mar e que a fotografia retrata, disputado a 07 de Abril de 2002, estava destinado a não entrar na história. Os homens de Augusto Inácio estavam em quebra de forma, não venciam há seis partidas e não seria nesse dia que o conseguiriam, empatando a zero.
Porém, esse dia ficou marcado pela estreia de Alexandre Vitorino de Rei ao peito. Uma estreia mas, também, um adeus meteórico, atento ao que sucederia, como veremos.
Estávamos no início de 2002. O Vitória, ainda, sonhava atingir um apuramento europeu que fugia há duas temporadas. Para tornar essas hipóteses mais reais, o Guimarães Digital anunciava uma contratação que se esperava que se tornasse mais-valia: "Chama-se Alexandre Vitorino, tem 25 anos e é um gigante na defesa. Mede quase dois metros. Trata-se de um defesa central de elevado porte que esta tarde ficará vinculado ao Vitória." Mais do que isso, ficávamos a saber que estivera a treinar no Belenenses, mas quando surgiu a hipótese de jogar no Vitória não hesitou. A ajudar ao negócio esteve o seu empresário Jorge Baidek que dizia que "É um jogador versátil! Alinha a médio-defensivo, que é posição ideal para ele, mas também gosta de jogar no lado esquerdo. Ele adapta-se bem. É alto, agressivo, tem uma óptima visão de jogo e é tecnicamente evoluído". Prometia qualidade, ainda que o seu agente assumisse ao Mais Futebol que "ainda não está a cem por cento e por isso, está a fazer uma mini pré-época."
Mais consciencioso sobre as potencialidades do futuro recruta vitoriano estava o seu último treinador Reginaldo Lima, que, depois de manifestar-se surpreendido “Está em Portugal? No Vitória?", referindo que “Sinceramente, o seu sucesso, que espero ser enorme, depende muito do nível competitivo que vai encontrar. Acho que ele é um jogador para uma equipa média. O Vitória? Acompanho o futebol português e é grande equipa”.
Teria razão... ao intervalo daquele jogo com o Beira-Mar, três meses depois de ter chegado ao Vitória, na sua estreia, Vitorino, depois de ter sido usado médio interior, foi substituído para nunca mais sentir o Rei ao peito... na época seguinte rumaria ao Académico de Viseu, passando ainda pelo Imortal, Almada e Amora... nunca confirmando o talento que alguém lhe descortinara, especialmente o adjunto de Augusto Inácio, Jacinto João que, apesar de poder ser utilizado a defesa central, o descrevera como "O Alexandre Vitorino tem a função de jogar no meio-campo. É um médio-esquerdo tecnicamente bastante evoluído e está a adaptar-se ao futebol português, o que leva o seu tempo." Nem num lado, nem noutro, numa aposta verdadeiramente falhada!
