Naquela temporada de 1993/94, o Vitória lutava por regressar às competições europeias sob o comando de Bernardino Pedroto. Porém, além de algumas exibições frouxas, o Vitória teria de se confrontar com arbitragens pouco menos do que duvidosas, como a que ocorreu na partida da última jornada da primeira volta de campeonato. Nesse dia 16 de Janeiro de 1994, os Conquistadores perderiam com o Benfica por duas bolas a uma, com uma polémica arbitragem do juiz Veiga Trigo a ter papel primordial no desenlace da partida.
Tais factos levaram à indignação do Pimenta Machado que em conferência de imprensa resolveu partir a louça, atacando de forma contundente o presidente do Conselho de Arbitragem, Laureano Gonçalves, de forma contundente. Bastará atentar nas suas palavras: "O presidente do CA é o domador de feras fazendo as escolhas que muito bem entende e dando às feras (os conselheiros) um doce de vez em quando." Palavras duras que haveriam de suscitar uma queixa-crime por parte de Laureano, ainda incendiando mais a polémica.
Todavia, Pimenta não se atemorizava e prometia levar a cabo uma cruzada contra os poderes instalados, dizendo que "espero ter a ajuda necessária para esta cruzada que prometia continuar para a moralização do futebol e consequente dignificação do dirigente desportivo cuja imagem tem que ser de respeito."
A justificar, ainda mais, a indignação do presidente vitoriano, o facto de como escreveu o Povo de Guimarães de 21 de Janeiro de 1994, o facto de "Raúl Rocha se ter revoltado com a nomeação do árbitro para o jogo com o Benfica(...) A razão de Raúl Rocha deve-se ao facto de, ele próprio, ter elaborado uma proposta objectiva para a nomeação de árbitros, baseada em regras definidas", que nunca chegou a ser posta em prática, pois "retiraria a qualquer elemento do CA possibilidades de intervir na nomeação dos juizes das partidas."
Era esta a base da cruzada de Pimenta que, depois de outros episódios, desencadearia a demissão de Laureano... mas que não impediria os Conquistadores de continuarem a ter razões de queixa dos homens do apito!