PIMENTA EM GUERRA COM A ARBITRAGEM E RAÚL ROCHA AO MEIO...

Aquele ano de 1994 não começara da melhor forma...

Com o Vitória na luta pela Europa, o Benfica era o obstáculo a abater naquele dia 16 de Janeiro. A alinhar com Brassard; Basílio, Taoufik, Tanta, Dimas; Paulo Bento, N'Dinga, Basaúla, Zahovic; Dane e Ziad, tal não seria possível. Assim, apesar do golo no ocaso da partida de Ziad, o Vitória perderia por duas bolas a uma.

Porém, tal derrota causou imenso mal-estar. Apesar do extraordinário jogo desenvolvido pelos Conquistadores, o conjunto encarnado marcaria dois golos contra a corrente do jogo. Reagiu o Vitória que viu o juiz Veiga Trigo escamotear-lhe uma grande penalidade cometida sobre Dane, para no final da partida apontar outra a seu favor, quando pouco já havia a fazer. Ziad não a desperdiçaria e, talvez, preocupado com o entusiasmo que tal momento pudesse dar à equipa treinada por Bernardino Pedroto, deu, de imediato, por findo o jogo.

Tal causou a profunda indignação no presidente do Vitória. Pimenta foi à sala de imprensa assumir que estava profundamente zangado com o Presidente do Conselho de Arbitragem, Laureano Gonçalves. Chegaria mesmo a comparar tal órgão com um circo, em que o domador (Laureano) segurava as feras (demais conselheiros) com o chicote na mão e de que, quando em vez, dava uns rebuçados, leia-se deixava-os proceder a algumas nomeações.

Laureano não se ficaria. Retorquiu, dizendo não receber conselhos de Pimenta Machado, não sendo o Conselho de Arbitragem uma coutada deste, desconhecendo a sua preparação para falar de assuntos de arbitragem.

Com o ambiente em efervescência, enfrentar-se-iam como dois gladiadores dos tempos modernos... num programa televisivo em horário nobre. Pimenta, como sempre, quando tocava a confrontos directos, não deixou os seus créditos por mãos alheias, arrasando o líder dos árbitros, avançando com a ideia do sorteio dos árbitros ser transmitido pela televisão e os relatórios dos delegados técnicos serem tornados públicos. Segundo ele, era a única forma de evitar a corrupção da arbitragem.

Sem argumentos, Laureano, após o debate haveria de se demitir, fundamentando tal atitude em indignidades, o que deixou a todos boquiabertos. Apesar de todo o país deduzir tratar-se de uma reacção à humilhação sofrida, tentaria jogada de mestre!

Viria, posteriormente, a concretizar as acusações, ao dizer, numa tentativa de vingar-se de Pimenta, que as referidas indignidades fundavam-se no facto de quatro conselheiros, entre eles Raúl Rocha, que com umas "abstenções envergonhadas", segundo ele, procurarem beneficiar o Sporting e prejudicar o Benfica. Era a vingança sobre Pimenta, procurando associar o nome de um homem ligado ao Vitória a actos menos claros. Não haveria de ter êxito, ainda que os Conquistadores tivessem de continuar a lutar contra ventos e marés!

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