Na história do futebol português estará sempre a incrível gesta dos Magriços. Aquela inesquecível selecção, liderada no banco por Manuel da Luz Afonso e Otto Glória no banco e Eusébio no relvado que, na sua estreia em campeonatos mundiais, surpreendeu o mundo.
Na verdade, tratou-se de um surpreendente percurso que passou pelo triunfo perante o bicampeão mundial em título, Brasil, e pela histórica reviravolta nos quartos de finais perante os incógnitos e surpreendentes norte-coreanos que haviam eliminado a Itália na fase inicial da prova. Portugal haveria de cair nas meias-finais da prova, em Wembley, frente à Inglaterra, quando o jogo deveria ter-se disputado em Goodison Park, onde a selecção portuguesa actuara os seus jogos e onde deveria continuar, atendendo ao que houvera sido estipulado no início do torneio.
Porém, antes da incrível aventura ter sido encetada frente à Hungria, urgia escolher os 23 representantes da armada lusitana. Antes disso, Manuel da Luz Afonso e Otto Glória apresentaram uma lista de 40 pré-seleccionados, destilando o sonho vitoriano de ter um representante na máxima prova mundial de selecções.
Com efeito, Mendes o "Pé Canhão, fruto de uma extraordinária temporada em que apontou 19 golos em 23 partidas, tendo inclusivamente marcado quatro golos nas quatro derradeiras partidas do Campeonato, estava nesse restrito lote de 40 escolhidos.
Contudo, como tantas vezes tem sucedido, na hora da verdade, o jogador vitoriano seria esquecido, em detrimento dos sportinguistas Lourenço e Figueiredo e do leixonense Manuel Duarte. Uma escolha surpreendente e que privou o vitoriano de fazer parte de uma histórica equipa.
Mendes teria de esperar por Novembro desse ano para obter a sua internacionalização pela selecção das Quinas, numa contenda disputada frente à Suécia a contar para o apuramento para o Campeonato Europeu de 1968 e que terminou com uma derrota de duas bolas a uma da equipa portuguesa.