COMO DANIEL E JOÃO DA COSTA VIRAM O SONHO DA SELECÇÃO FUGIR DE MODO INESPERADO E ARBITRÁRIO

Daniel Barreto e João da Costa foram duas figuras inconformáveis do Vitória da década de 60.

Ambos formados nos escalões jovens do Vitória, ainda que, ao invés de Costa que era vimaranense de gema, Daniel fosse natural de Ponte da Barca, tendo chegado a Guimarães pelo seu pai ser um grande adepto dos Conquistadores...apressando-se a trazê-lo para a Cidade Berço quando o eterno rival, SC Braga, se aprestava para tentar lançar-lhe o canto da sereia.

João da Costa que, no futuro, numa partida em Santo Tirso seria determinante para que Daniel se afirmasse na posição que o celebrizou, a de lateral esquerdo. Na verdade, naquele dia em Santo Tirso, a grave lesão do seu colega de equipa e amigo fez com que recuasse para a lateral esquerda... não mais saindo daquela posição!

Porém, ainda antes disso, a dupla viveu um sonho que se transformou em pesadelo. Estávamos no final da década de 50 e com os Conquistadores a reafirmarem-se no escalão maior da modalidade, ambos seriam convocados para a, então, denominada selecção de Esperanças. Era a certeza que em Guimarães o trabalho de formação de jovens valores estava a ser bem feito, podendo a dupla tornar-se nos primeiros jogadores do clube do Rei a sentir as Quinas aconchegadas no peito.

E, assim, fizeram-se ao caminho, ou pelo menos, pensaram fazer-se a ele. É que como Daniel referiu a Henrique Parreirão na rubrica "O que é feito de si" do jornal Record, no início da década de 90 do século passado, "... quando chegamos à estação para tomarmos o comboio para Lisboa, fomos avisados que já não éramos precisos, porque ia o Hernâni e outro jogador do Porto." E assim, para proteger os jogadores dos clubes mais fortes, foi refutado o desejo da dupla vitoriana de tornar-se internacional.

E, nenhum dos dois haveria de ter outra oportunidade para vestir a camisola da Equipa de Todos Nós e o Vitória teria de esperar mais uns anos para poder dizer que tinha um internacional na pessoa de Pedras... mas isso já será outra história!

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