A MAIOR GOLEADA NO ARRANQUE DO CAMPEONATO NA ESTREIA DE UMA LENDA!

Estávamos no início da época 1959/60.

Depois de uma apoteótica digressão a África, onde a equipa no seu regresso foi recebida em êxtase na Cidade Berço, seguia-se o Campeonato Nacional.

Orientado pelo uruguaio Humberto Buchelli, contratado ao homónimo sadino, o início da temporada foi extraordinário, começando com a maior goleada num arranque de campeonato na centenária história vitoriana, frente ao Lusitano de Évora.

Na verdade, nesse dia 20 de Setembro de 1959, há quase 64 anos, foram sete os golos vitorianos contra nenhum dos eborenses. A alinhar com Pinho; Silveira, João da Costa,; Daniel, Barros, Abel; Caiçara, Romeu, Edmur, Bártolo e Carlos Alberto, essa tarde ficou marcada, também, pela estreia de Caiçara que se haveria de tornar num dos mais lendários atletas da centenária história do clube.

Nesse dia, segundo Fernando Roriz, que haveria ser presidente do clube no final dessa década e secretário-geral no mandato de Vítor Magalhães, e que colaborava com o Notícias de Guimarães, " o score final foi, sem dúvida, animador para os homens do Vitória. 7-0 são realmente números bem expressivos e suficientes para exercer, já de entrada, um estímulo gerador dos maiores cometimentos." A confirmar isso, o facto de ter tido "quase tantas bolas na esquadria como que as mandou para dentro do viveiro. Se a sorte está do seu lado, teria até feito resultado que poria em sobressalto todos os seus competidores."

Quanto a Caiçara, que fazia o primeiro dos seus 115 jogos de Rei ao Peito, a apreciação ao seu desempenho deixava água na boca: "Tinham-nos dito muito acerca de Caiçara. De todos os lados se confirmava a mesma opinião: jogador de grandes recursos; um defesa como poucos. Tanto nos disseram que fomos vê-lo como aquele espectador que entra numa sala de espectáculos para ver um filme que por todas as formas lhe foi apontado como coisa excepcional. (...)

Caiçara demonstrou, neste jogo, possuir qualidades que a mais desenvolvida exigência pode desejar para um defesa: poder físico invulgar; excelente bater de bola; bom poder de desarme; óptimo sentido de entrega do esférico."

Na Amorosa, com o hat-trick de Edmur e o bis de Daniel e de Romeu e com a estreia de um, ainda, desconhecido brasileiro escrevia-se história!

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