A temporada de 1982/83 trouxe com ela o sonho indisfarçado do regresso europeu.
Na verdade, depois de duas temporadas em que o Vitória, sob o comando de José Maria Pedroto conquistou um quinto e um quarto posto sem, contudo, serem sinónimos de apuramento europeu, a temporada seguinte, sob o comando de Manuel José, reforçou esse desejo.
Porém, essa ambição teria o seu expoente máximo a 09 de Janeiro de 1983, quando no, então, Municipal a equipa recebeu o, então, campeão nacional, Sporting. Nesse dia, assistir-se-ia a um verdadeiro recital vitoriano, entrando na história o onze composto por: Silvino; Murça, Freixo, Amândio, Laureta; Pedroto, Nivaldo, Abreu; Fonseca, Paulo Ricardo (na foto) e Rocha.
Com efeito, "foi uma partida magnífica, jogada sob a presença de enorme multidão, que presenciou dois estilos completamente diferentes de futebol."
Assim, enquanto os leões apostavam num futebol demasiado viril mas apoiado, o Vitória apostava em "passes compridos quase sempre, tendo em vista a baliza adversária, onde procurava chegar em dois, três passes, com uma velocidade de bola impressionante."
Além disso, segundo o Notícias de Guimarães, "teve a sorte pelo seu lado, quando logo após alcançado o empate por banda dos leões, conseguiu desfazer a igualdade, mas mereceu-a, sem dúvida, porque tudo fez por ela e pelo triunfo, que conseguiu com todo o mérito”. Na verdade, após Paulo Ricardo ter aberto o activo para o conjunto vitoriano, os leões igualariam através do seu jogador-treinador, António Oliveira, para, no minuto seguinte, Bernardino Pedroto colocar os Conquistadores a vencer.
A partir daí, destroçaria completamente a formação leonina, num espectáculo verdadeiramente empolgante, em que mais dois golos na segunda parte (outro de Paulo Ricardo e um de Joaquim Rocha), selaram uma tarde memorável para o Vitória, que acabava a primeira volta no quarto posto da tabela...a Europa estava mais próximo, como se haveria de verificar no final da temporada!