COMO NAQUELE DIA, COMO MUITAS VEZES TEM SUCEDIDO, UM CERTO INÁCIO FEZ O VITÓRIA PERDER PONTOS COM AS SUAS HABILIDADES, PARA NÃO SE METER NUMA ALHADA!

O início da temporada de 1959/60, com o uruguaio Umberto Buchelli a comandar os destinos vitorianos foi extasiante, com a equipa até à oitava jornada do Campeonato a perder, apenas, um jogo, à segunda etapa da prova, no Porto e depois de ir para o intervalo a vencer por duas bolas a uma e com muitas razões de queixa da arbitragem do juiz Braga Barros.

Dessa bela caminhada que teve fim em Belém, merecerá destaque o empate obtido em Alvalade, frente ao Sporting, na quarta jornada desse campeonato e em que, segundo o Notícias de Guimarães de 18 de Outubro de 1959, "O árbitro não deixou que um tiro de Caiçara matasse de uma só vez onze leões." Um título sugestivo a deixar antever que o conjunto composto por Pinho; Caiçara, Abel; Barros, Silveira, João da Costa; Bártolo, Edmur, Azevedo, Carlos Alberto e Daniel fora novamente prejudicada pela equipa de arbitragem comandada por Inácio Terroso que provinha de Setúbal. Aliás, bastará ler a análise do referido jornal para ficarmos a saber que "assim, depois da punhalada que Braga Barros lhe cravou nas Antas, agora um tal Inácio Terroso, quase desconhecido na direcção de jogos, novamente influiu no resultado final dum encontro onde o Vitória patenteou capacidade capaz de ser considerado como equipa de igual nível daquelas que, no início do Torneio, desde sempre, são cronicamente favoritas."

Nível esse confirmado pelo golo inaugural de Edmur à passagem dos vinte minutos da contenda, mas que foi insuficiente para os Conquistadores triunfarem, uma vez que "a tradição não pode ser vencida facilmente no futebol português. Há lugares de aluguer, que são garantidos por meio de processos que há muito deviam estar banidos para quem anda nas andanças dos futebóis sem outros interesses..."

Mas quais os lances que faziam os vitorianos lamentarem-se?

Assim, "aquele tiro de Caiçara, a mais de trinta metros, foi golo, não haja dúvida alguma." Porém, como naquele momento, tal seria o segundo golo vitoriano e, possivelmente, a decisão jogo não foi validado. Mas, além disso, "houve uma grande penalidade de Julius, a dois minutos do fim do encontro, que até agora não vimos assinalada na imprensa, como não foi assinalada no jogo..." Mais do que isso, esse lance levaria a algo de inusitado num jogo de futebol com o "árbitro a atar as mãos na cabeça e a olhar sôfrego para o relógio, no gesto evidente e incontido de se livrar duma alhada que lhe podia estragar a prometedora (?) carreira... A alhada, é evidente, era a incontestável supremacia do Vitória no jogo em referência." E, assim, como tantas vezes tem sucedido ao longo da história se deixavam pontos onde, em condições normais, tal jamais deveria suceder!

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