I - Foi uma noite tranquila. Tranquila e feliz para um Vitória a viver a melhor fase da temporada e mais confiante. E, mesmo em momentos em que a excelência não surge, essa maior tranquilidade permite resolver problemas que em outras alturas seriam quase impossíveis de tornear. No fundo, o que já vem sendo dito por Luís Pinto, que o segredo para o êxito passa por acreditar mais e ser mais ousado!
II - No sistema táctico apresentado frente ao Mortágua, com um 4-4-2 em que, Beni, Noah Saviolo e Arcanjo entraram para os lugares de Samu, Fabio Blanco e Miguel Nogueira, merecerá destaque o papel vagabundo de Camara, o Vitória teve o condão de simplificar os problemas que teve pela frente. Verdade é que o conjunto avense foi dócil e macio na maioria dos 45 minutos iniciais, mas há que reconhecer mérito a quem entrou com vontade de vencer e fez o que tinha a fazer para o conseguir.
III - Assim, logo aos 14 minutos da partida, Nélson Oliveira, como consequência de uma bela transição ofensiva, voltou a facturar. O avançado parece estar em melhor forma e a funcionar melhor com alguém perto de si, como Camara tem estado. O mais difícil estava feito e a noite já se antevia tranquila no D. Afonso Henriques.
IV - Mais haveria de ficar apaziguada, quando Rivas fez o que Luís Pinto tem vindo a pedir. Não teve medo de arriscar! Assim, com superior leitura de jogo, recuperou uma bola a meio campo, não teve medo de avançar no terreno e, sorrateiro, apareceu na área a dobrar a vantagem dos Conquistadores, Se Luís Pinto já sorria no banco, mais razões tinha para o fazer...a equipa estava mais solta, mais confiante e, não obstante as fragilidades do adversário, parecia, no que à capacidade de soltar-se diz respeito, muito diferente de outros tempos.
V - E se o cenário era feliz, mais ficaria com o terceiro golo apontado por Beni, numa desconcentração defensiva do adversário. Se o futebol fosse como o boxe, a partida findaria aqui por KO técnico do adversário. O jogo estava feito, graças à eficácia vitoriana, que interpretou de modo inatacável o que a partida pedia.
VI - Fruto disso, a partir desse momento, os Conquistadores limitaram-se a gerir o desafio. Poderiam ter apertado mais, mas não o fizeram. Poderiam ter continuado a carregar no acelerador, mas, provavelmente, terão pensado no desafio da próxima Quinta-feira, no Dragão, para aquela competição que por todos é desdenhada.
VII - Assim, a segunda parte seria um imenso bocejo, sem chama e com pouca emoção. Só, mesmo quando o mais inconformado de todos os que estavam em campo, o francês Camara, num belo cabeceamento, fez o quarto tento é que as bancadas voltaram a entrar em ebulição. Um golo belíssimo e, acima de tudo, um justo prémio para um jovem que, jogo após jogo, tem vindo a crescer e a evoluir. Aliás, ousaremos dizer, que, independentemente, da posição em que jogue será indiscutível no onze vitoriano.
VIII - Terminava o jogo com uma tranquila e merecida vitória. Segue-se, agora, o Porto em desafio a contar para a prova que menos interessa no futebol português. Ganhar seria bom, mas, acima de tudo, importará não desperdiçar o capital de confiança gerado nas últimas partidas, pois, a partida seguinte, a contar para o campeonato, perante o Gil Vicente será de relevância acrescida para tentar a aproximação a uma equipa que tem sido uma das sensações da temporada. Mas deixamos questões relativamente à partida do Dragão: irá Luís Pinto rodar a maioria do onze? Perante um adversário com um meio campo fortíssimo irá continuar a apostar em, apenas, dois homens no meio campo? Irá apostar em alguns jovens da equipa B? Várias questões que farão que acompanhemos a partida com curiosidade....
IX - VIVA O VITÓRIA, SEMPRE...
