A vida do futebolista será sempre uma montanha-russa. Tão depressa se está no topo como se bate no fundo...
A história de Dalbert será um pouco assim. O lateral esquerdo brasileiro, formado no Fluminense, chegou a Portugal para actuar na Liga 2, no Académico de Viseu, na temporada de 2013/14. Depois do período de adaptação, explodiria a grande altura na subsequente, a ponto de despertar a cobiça do Vitória, ansioso de encontrar um lateral esquerdo que substituísse o cometa Traoré que em meia temporada a todos fascinou, até ser transferido para os suíços do Basileia.
Porém, no Vitória, num ano difícil, com Armando Evangelista a não conseguir afirmar-se no banco dos Conquistadores, não teria vida fácil. Aliás, depois de um périplo inicial pela equipa B do clube, só haveria de estrear-se pelo conjunto principal no, também, jogo inaugural de Sérgio Conceição ao leme do conjunto vitoriano.
Seria o início dos 27 desafios disputados nesse ano, levando a que já na segunda fase da temporada renovasse o seu vínculo até ao final de temporada de 2019/20, o que o levou a referir que "Estou muito feliz pela confiança que depositaram em mim. Cheguei aqui, foi difícil a adaptação, mas consegui impor o meu ritmo e o meu trabalho. Tenho uma identidade forte, muita garra. Há muitas coisas para melhorar, mas espero dar muitas felicidades aos vitorianos"
Ficar-se-ia pelas intenções...a perder influência na equipa principal, fruto, igualmente, do decréscimo colectivo da equipa, acabaria por ser visto como uma boa oportunidade de gerar mais-valias, acabando, por isso, por ser vendido para os franceses do Nice por 2 milhões de euros, com o Vitória a reservar 10% de uma transacção futura... que ninguém pensou que pudesse ter grande relevância no futuro.
Contudo, o futebol será sempre capaz de nos surpreender. Em França, numa só época, explodiria, ao ponto de gerar a cobiça dos maiores clubes italianos, com o Inter de Milão a conseguir contratá-lo por 25 milhões de euros...e, por essa razão, os Conquistadores a embolsarem 2,5 milhões de euros, mais do que o valor que o tinham vendido.
Seria, todavia, o seu último momento de felicidade. Com dificuldades em afirmar-se nos nerazurri, onde em duas épocas só realizou 26 partidas, seria em 2019/20 cedido a título de empréstimo à Fiorentina, onde conseguiria, finalmente, voltar a ter continuidade com 34 partidas realizadas. Porém, não seria suficiente para regressar ao clube de Milão, cumprindo o restante do seu vínculo contratual em empréstimos aos franceses do Rennes e ao Cagliari.
Findo este percurso, voltaria ao seu país natal, para actuar no Internacional de Porto Alegre, ainda que sem sucesso, para daí rumar ao Sport Recife. Actualmente, a jogar na Série B do seu país, no América Mineiro, tem um percurso do qual se poderá orgulhar... mas o que terá faltado para permanecer na parte alta da montanha-russa?
