COMO DOIS VITORIANOS QUASE CONQUISTARAM UMA MEDALHA OLÍMPICA, MAS AINDA ASSIM SE GRITOU GOLO DE UM DELES E VIBROU-SE COM AS DEFESAS DO OUTRO... PARA O SONHO DA MEDALHA ACABAR COM OS GOLOS DO PAI DE UM FUTURO JOGADOR DO CLUBE!

O Verão de 1996 prometia ser um Verão quente...

Assim, dez anos após a selecção nacional portuguesa ter disputado uma fase final de uma grande prova, que foi no México 86, voltava aos grandes palcos para disputar o Campeonato Europeu em Inglaterra, para onde foi convocado, ainda que não jogasse, o vitoriano Vítor Paneira.

Passado quase um mês iriam decorrer os Jogos Olímpico em Atlanta, com a selecção olímpica lusitana, 58 anos após a participação em Amesterdão, a voltar ao certame. E teria dois atletas vitorianos em plano destaque: o guarda-redes Nuno e o extremo Capucho, ambos convocados pela extraordinária segunda volta que haviam protagonizado na temporada de 1995/96 de Rei ao peito.

A aventura olímpica de uma selecção em que pontificavam, para além dos vitorianos, nomes como Beto, Dani, Dominguez ou Nuno Gomes, começaria frente à Tunísia, com Nuno no banco e Capucho a titular, numa noite em que os dois golos do futuro jogador Conquistador, Afonso Martins, resolveram a questão.

Seguia-se a Argentina e o minuto 39 seria determinante na partida. Foi nesse momento que o guarda-redes titular Costinha foi expulso, dando lugar ao vitoriano Nuno. Este, apesar de ter sofrido um golo de um recorte técnico extraordinário apontado pelo inesquecível Burrito Ortega haveria de fazer uma exibição extraordinária, mantendo Portugal em jogo até Nuno Gomes empatar a contenda. Portugal estava vivo graças ao guardião vitoriano que, neste torneio, terá aguçado ainda mais o interesse dos clubes europeus e que haveria de desencadear o imbróglio futuro que levou à sua transferência para o Deportivo da Corunha.

Seguiu-se o empate contra a equipa da casa os Estados Unidos a um, para seguir-se o desafio dos quartos de final da competição frente à França que contava com nomes como Robert Pirés, Makélélé ou Wiltord. Naquele dia 27 de Julho de 1996 (há rigorosamente 28 anos!) gritou-se golo em vitoriano nuns Jogos Olímpicos... logo aos sete minutos um passe longo de Andrade levou a que Capucho se desmarcasse e com um tiro fortíssimo e colocado bateu o guardião Létizi num momento que não deixou algum vitoriano indiferente. Porém, os gauleses haveriam de empatar, levando o jogo para prolongamento, onde uma grande penalidade assinalada pelo inesquecível Pierluigi Collina fez Portugal passar às meias finais e ficar muito próximo das medalhas.

A partir desse momento, tudo mudaria para pior. Novamente frente à Argentina, não haveria possibilidades de Nuno repetir os milagres do jogo da fase de grupos. Com Capucho no banco, dois golos de Hernán Crespo colocariam Portugal na contingência de disputar o jogo da medalha de bronze frente ao Brasil. Nessa partida disputada no Sansford Stadium, com Nuno de regresso ao banco de suplentes e Capucho a titular, seria o pai de um futuro jogador vitoriano a assumir o protagonismo. Falamos de Bebeto, pai do médio Matheus Oliveira, que com um hat-trick, conjuntamente com um golo de Ronaldo Fenómeno e outro de Flávio Conceição sentenciaram o adeus às medalhas... Portugal ficava no quarto posto, mas os jogadores que, na altura, representavam o Vitória haviam escrito com o seu nome os melhores momentos da equipa!

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