Era o menino que trazia o futuro na ponta das botas...
De sorriso puro que acompanhava as fintas que fazia, o modo fino de conduzir a bola, o jeito com que assistia os colegas. Um talento que, quase ninguém contava, e que ajudou a catapultar o Vitória para os mais altos lugares da tabela naquele início do campeonato de 2014/15.
É verdade que já estava em Guimarães desde meados do exercício de 2012/13, onde treinava com os juniores à espera de poder entrar em campo... que no ano subsequente, como modo de adaptação ao futebol europeu, o franzino ganês, houvera sido dos faróis de uma equipa que conseguiria regressar à Liga 2 do futebol português.
Mas, aquele arranque de campeonato, que fez com que, de imediato, saltasse para os escaparates do futebol profissional foi algo de estrondoso, altissonante, capaz de o colocar no radar de todas as grandes equipas internacionais. E, por isso, mesmo com um decréscimo de forma e com as defesas contrárias a vigiá-lo com maior atenção, seria transferido para o Atlético de Madrid a troco de 6,5 milhões de euros... na altura, a maior venda da história vitoriana.
Porém, sentiria dificuldades de adaptação à intensidade de Simeone... as imagens dele quase inanimado, a vomitar, no final de um treino de pré-temporada correram mundo e nunca se conseguira assumir no clube colchonero, sendo colocado, quase de imediato, no Getafe. Sem conseguir sequer afirmar-se no modesto clube dos arredores de Madrid, aceitou sem emprestado ao Vitória, na ânsia de resgatar a ilusão do ano em que brilhara a grande altura.
Seria, contudo, diferente...para pior. Fruto do futebol frenético de Pedro Martins, baseado nas cavalgadas dos extremos, Bernard não teria a influência da temporada em que se revelara ao mundo. Sem ser titular indiscutível, optando o treinador por colocar o peruano Hurtado como organizador de jogo, teria participação em 26 partidas, marcando, apenas um golo, no desafio inaugural da Taça de Portugal frente ao Santa Iria.
Depois deixarias Guimarães, definitivamente. Com o Atlético de Madrid, como detentor, ainda do seu passe, a colocá-lo na Turquia, primeiro no Kasimpasa e depois no Kayserispor que haveria de comprar o seu passe e até cedê-lo, também, por empréstimo ao Besiktas. Seria nas paisagens otomanas que actuaria até ao início da temporada de 2023/24, quando quis tentar fama e fortuna no El Dorado saudita. Primeiro no Al-Tai, onde fruto de uma extraordinária temporada até a nível de golos, saltou para o Al-Riyadh.
Actualmente, com 30 anos, encontra-se nos Emirados Árabes Unidos, ao serviço do Al-Nasr. Poderia ter-nos deleitado mais tempo com a magia do seu futebol...
