EDMILSON - O MEU DIDI...

Terá sido um dos jogadores que mais depressa viajou entre os extremos no Vitória. De craque contratado ao Marítimo, a jogador incapaz de se afirmar, acabando como um talento raro e capaz dos feitos mais imprevisíveis!

Edmilson Dias de Lucena viveu essa montanha-russa no Vitória desde que chegou na época de 1997/98, ainda a equipa estava sob o comando de Jaime Pacheco. Porém, apesar de ter sido um pedido do treinador, jamais se deu bem com o modo de entender o futebol do técnico vitoriano de então. Demasiado preso a missões tácticas, incapaz de criar desequilíbrios, terá sido, segundo alguns zunzuns, uma das razões que levou Pimenta Machado a despedir Jaime Pacheco e a fazer regressar Quinito.

Com o amante do futebol magia, Edmilson que, era carinhosamente tratado pelo técnico como o "O Meu Didi", ganhou nova vida. Recuperou a alegria que parecia perdida, sendo importante na obtenção do terceiro lugar fina, a melhor classificação de sempre do Vitória.

A história, praticamente, repetiu-se na temporada seguinte. Quinito assumiria a equipa depois de um arranque em falso com Filipovic. Se o técnico sérvio parecia não gostar do brasileiro, por vezes dado a humores, com Quinito voltou a ser o que já fora...como a dar a entender que só o técnico setubalense fosse capaz de o entender e de o projectar. Assim, quase carregou a equipa às costas, conseguindo uma extraordinária série de sete golos em seis jogos. Resgatava-se o sonho europeu às costas dos números de ilusionista do jogador canarinho, que acabou por morrer numa infeliz tarde de Primavera em Alverca.

Porém, ao contrário de alguns dos seus colegas, como Vítor Paneira e Gilmar, manter-se-ia no plantel da temporada seguinte, que foi fortemente rejuvenescido e centrado em jovens como Fernando Meira, Pedro Mendes, Rego ou Lixa. O mágico brasileiro começaria a temporada em grande com 4 golos nos três primeiros jogos! Porém, como a equipa foi-se eclipsando com o decorrer do campeonato, ficando na memória o castigo por dois jogos, após o êxito perante o Benfica. Nesse dia, num lance na área encarnada, o talentoso avançado agrediu o benfiquista Andrade com uma cotovelada, sem que o juiz José Pratas percebesse o sucedido. Contudo, as imagens televisivas e a forte pressão encarnada levaram a que lhe fosse aberto um processo sumaríssimo que culminou num castigo de dois jogos.

No final da temporada, já com Quinito fora do clube, por ter-se incompatibilizado com Pimenta Machado, com uma crise de resultados a minar o bom arranque inicial, o novo treinador, Paulo Autuori, foi peremptório. Não contava com o genial brasileiro, que só rendeu com um treinador que o soube acarinhar, que partiria rumo ao eterno rival... mesmo assim foram 30 golos em 96 jogos e muitas mais manifestações de um talento puro que jogava a sorrir quando lhe chamavam, carinhosamente, "O Meu Didi"!

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