O início daquele campeonato de 1992/93 fora titubeante.
Sob o comando sebastiânico do regressado Marinho Peres, os Conquistadores encetaram o campeonato a triunfar dois jogos em casa por duas bolas a uma, para entre eles perderem no Restelo e nos Barreiros por três bolas sem resposta.
Não era o início sonhado, nem desejado, pelo que os espíritos não se encontravam no apogeu da moralização, naquele dia 17 de Setembro de 1992, altura em que a Real Sociedad visitava o estádio vitoriano em partida a contar para a 1ª mão da 1º eliminatória da Taça UEFA.
Seria, porém, uma noite deslumbrante, de exaltação de uma equipa a fazer reviver as sensações que aquela equipa de 1986/87, orientada pelo mesmo Marinho, causara a todos os vitorianos.
Assim, a alinhar com Madureira; Basílio, Matias, Tanta, Dimas; Paulo Bento, Basaúla, Pedro Barbosa, Paulo Jorge; Dane e Ziad, como escreveu o Notícias de Guimarães do dia 25 de Setembro desse ano, o Vitória foi um "Europeu Real, que dobrou a Real Sociedad."
Na verdade, desde cedo, os Conquistadores tomaram as rédeas do jogo. Um início empolgante, fascinante e que seria confirmado pelo lendário treinador donostiarra, John Toshack, quando assumiu ter sido surpreendido pelo Vitória.
Surpresa essa, consubstanciada por um golo de Dane, na cobrança de um livre directo, logo no início do desafio, para a vantagem ser dobrada, ainda, antes do intervalo num golaço de Pedro Barbosa. Na segunda metade, o genial bósnio haveria de colocar uma doce cereja no topo do bolo... o Vitória abria as portas da próxima eliminatória de par em par, mas ainda iria ter de sofrer em Atocha!