Parece ser o escolhido! O escolhido para marcar golos, moer a paciência às defesas contrárias, massacrar-lhes o sossego.
Alioune N'Doye, o gigante com sorriso puro de menino, proveniente de Rufisque, Senegal, foi o homem escolhido para ser o "matador" vitoriano. Nascido há 25 anos, conseguiu subir a pulso numa carreira que começou no Teungueth FC no seu país, para de imediato, dar o salto para o futebol europeu, num claro sinal da ambição que o movia.
Porém, não foi para o futebol mais mediático, para aqueles campeonatos avidamente seguidos pelo mundo durante o fim de semana. Assim, aceitou comprometer-se com o quase desconhecido FK Valmiera da Letónia, onde no primeiro ano marcou três golos, muito por culpa de não ter sido aposta do treinador em exercício. Como o próprio contou ao portal do seu país Galsenfoot do seu país, em 28 de Julho de 2024, "No início, foi difícil porque o treinador não me dava tempo suficiente para jogar. Eu não me enquadrava nos planos dele."
Como continuou a contar "Foi quando ele (o treinador) saiu que comecei a ganhar minutos. O seu substituto confiou em mim e, neste momento, as coisas estão a correr bem." Começaria a ser utilizado regularmente, até chegar aos 22 tentos apontados na última temporada em que jogou no clube, tornando-se no melhor marcador do campeonato. Depois disso, seria cedido por empréstimo, com opção de compra, ao Servette, numa aventura suíça onde apontou 6 golos em 15 partidas, onde foi, apenas, titular por quatro vezes, o que lhe permitiu estar em campo por 444 minutos, numa equipa que conseguiu ser vice-campeã do país.
A sua pouca utilização levaria a que manifestasse a sua indignação, chegando a declarar, a 04 de Fevereiro, que "Só quero um pouco de tempo de jogo, para mostrar o que valho. Se me derem algum, espero poder aproveitá-lo ao máximo. Estou sempre na área. No último jogo, houve alguns cruzamentos muito bons. Gosto muito disso. Então, se houver algum, estarei na frente do golo e só preciso colocar a bola no sítio certo para marcar." Estas palavras serão indicadoras do seu modo de jogar, a pedir cruzamentos para a área, a fazer-nos lembrar as palavras de Chucho Ramirez no desafio frente ao Astana onde marcou o seu mais belo golo, dizendo que finalmente recebera um cruzamento para concretizar, mas, também, alguma impaciência em afirmar-se.
Atento a sua pouca utilização, a equipa helvética não tenha accionado a cláusula de compra do jogador, que segundo notícias dos jornais do país estava acordada em 350 mil euros, o que fez com que no país emblemas como o Sion e o Lugano se interessassem pelos préstimos do jogador. Porém, seguindo o portal Transfermarkt, o seu valor de mercado já se encontrava cifrado em um milhão de euros, que poderá ter sido o ponto de partida para negociações com o Vitória.
Agora, no Vitória, provavelmente, assumirá o mais difícil dos desafios. Com Bica, ainda,a. ter de crescer e Nélson Oliveira a fazer da experiência o seu máximo atributo, poderá ter de assumir com coragem a liderança do ataque dos Conquistadores. Com a coragem que o fez abandonar a sua cidade, o seu país e o seu continente atrás de um sonho de criança, mas com o sorriso que nos faz acreditar que é possível ser-se feliz dentro de um campo de um futebol...desde que os cruzamentos cheguem à área para eles os finalizar!