Viajemos até ao Brasil, ao estado do Maranhão.
Aí, situa-se Imperatriz, a segunda cidade mais populosa do estado e que se situa na margem direita do Rio Tocantins. Mais do que isso, a cidade deve o seu nome a Teresa Cristina de Bourbon- Duas Sicílias, mulher do Imperador Pedro II e imperatriz consorte do Brasil entre 1842 e 1889, altura em que foi proclamada a república no País.
Foi aí que nasceu em 2001, Paulo Vítor Leal Sousa Lima, que desde cedo mostrou aptidão para o futebol, o que o levou desde cedo a tentar a sua sorte em diversos clubes, sendo que nas camadas jovens actuou no Marília da sua cidade e no Timon, também, localizado no estado do Maranhão.
Seria, contudo, no Imperatriz que o central canhoto haveria de se estrear no futebol dos adultos. Na Série D canarinha, o correspondente ao quarto escalão do país, tendo-se estreado pela equipa no estadual frente ao Pinheiro. De imediato, daria boa conta de si, realizando dezanove partidas e dando nas vistas, ao ponto de ser contratado pelo Botafogo de Paraíba, sediado em João Pessoa que disputava naquela temporada de 2022 a Série C brasileira. Com rapidez se afirmou no clube, liderando com eficácia o último reduto do clube e despertando a curiosidade do Nacional da Madeira, onde na sua primeira temporada fez 17 partidas.
Seria na segunda época na Madeira, depois do seu contrato de empréstimo ter sido renovado, que explodiu. Sob o comando de Tiago Margarido e ao lado de outro central brasileiro, Ulisses, foi das traves mestras de uma equipa que regressou à Primeira Liga Nacional. Ora, se na defesa se cotou como a pedra basilar do esquema da equipa, recordemos que a frente de ataque foi movida por dois jogadores bem conhecidos dos vitorianos: Jesus Ramirez e Gustavo Silva.
Seria aí que apareceria a grande oportunidade para ganhar dinheiro numa carreira que começou pelos patamares mais baixos do futebol. Os russos do Akron Togliatti , recém promovidos ao principal escalão do país, desejosos de reforçarem o seu último reduto, resolveram investir na contratação do central brasileiro... isto, depois de, alegadamente, o Vitória já o ter cortejado, tentado contratar, o que não sucedeu.
No clube fundado, apenas, em 2018 e sustentado pela maior empresa de fertilizantes do país, teria um desempenho satisfatório, como o próprio reconheceu em entrevista ao Globo Esporte em 27 de Maio deste ano: "Foi uma temporada positiva. O principal objetivo era conseguir a permanência do clube na primeira divisão e conseguimos. Individualmente foi uma temporada que me deixou satisfeito por ser uma temporada de adaptação a uma nova cultura e uma nova ideia de jogo. Consegui contribuir em campo em 16 dos 30 jogos e espero poder contribuir mais ainda nas próximas temporadas."
Uma temporada de adaptação, em que o jogador assumiu que "foi uma temporada onde tive que aprender bastante coisa, principalmente o estilo do futebol russo, que é de muitos duelos e força física. Outra coisa que aprendi bastante aqui foi sobre superar adversidades dentro da partida e trabalhar de forma mais dura ainda, principalmente no aspecto físico."
Mantinha, pois, a ideia de continuar no futebol das estepes... até surgir o convite dos Conquistadores e sentir que a sua missão em Portugal, ainda, não estava concluída. A ponto de afirmar na data da sua apresentação tratar-se de "Uma felicidade imensa poder representar um clube histórico, com muitos torcedores e que representa uma cidade histórica. Vou trabalhar firme para retribuir a confiança recebida. Queremos nos classificar para as competições europeias. Creio que com um trabalho intenso coletivo vamos ser recompensados ao final da temporada 2025/26."
Esperemos que as suas previsões estejam certas e que possa assumir-se no lado esquerdo da defesa como um dos pêndulos da equipa...