COMO O INESQUECÍVEL CAIO JÚNIOR CHEGOU AO VITÓRIA, DEPOIS DE TER DADO NAS VISTAS NO BRASIL...

Caio Júnior viverá para sempre no coração dos vitorianos.

A sua trágica morte, em 2016. no acidente que vitimou a equipa que treinava, a Chapecoense, faz dele alguém que sempre será lembrado pelos vitorianos. Contudo, mais do que isso, as suas qualidades futebolísticas viverão para sempre naqueles que o viram jogar.

E, diga-se que o futebol foi um amor que praticamente nasceu ao mesmo tempo que Luiz Carlos Saroli o fez em Cascavel. Porém, seria só aos 15 anos que essa paixão tornou-se mais séria, como reconheceu em entrevista ao jornal do Vitória datado de 31 de Março de 1988, uma vez que, nessa altura, "jogava futebol de salão na minha cidade natal, Cascavel, e, frequentemente era-me possibilitado treinar com a equipa sénior de futebol desse clube." Curiosidade das curiosidades, Paulinho, o goleador que haveria de tornar-se lenda nos Conquistadores, era o ponta de lança, destacando-se tanto que haveria de merecer juntar o nome da cidade ao seu para a eternidade: Paulinho Cascavel.

Seria num desses treinos que seria reparado por Sérgio Lopes, um homem de muita influência no Grémio. Como confessou, "parece ter gostado e surgiu o convite do Grémio para ingressar na sua equipa juvenil." Aí jogaria até aos 18 anos, para nos seniores ter impacto instantâneo: "Logo em 1985 surgi como o profissional artilheiro do campeonato Gaúcho (15 golos em cerca de 20 jornadas)." O mundo reparava nas suas qualidades, ainda para mais por Caio ter apontado o golo do triunfo frente ao arqui-rival Internacional, tornando-o ainda mais notado, desejado.

Desejo esse que em 1986 já teve a marca do Vitória. Só que contou, "nessa altura o Grémio não me deixava sair." Porém, como bem sabemos, no futebol tudo muda demasiado depressa. Assim, uma inoportuna lesão fá-lo-ia perder aquela aura que já ia ostentando, a ponto de "o banco de suplentes começou a ser o meu lugar e custava-me aceitar esse facto."

Até que a oportunidade vitoriano (res)surgiu. Para substituir aquele que diziam ser seu primo, mas que na realidade não o era, e que acabara por assinar pelo Sporting: Paulinho, que em Cascavel era o ídolo, enquanto Luiz era um menino carregado de sonhos. Por isso, "...não perdi segunda oportunidade para viajar até Guimarães. Inclusive, o contrato era muito bom." Mas, mesmo tendo perdido a sua condição de titular, o Grémio gaúcho tudo faria para não o perder, pelo que "...foram necessários dois meses para que a contratação surgisse. Dois longos meses...", como o jogador referiu nessa entrevista e onde Paulinho e Ademir foram importantes para que esse desejo não esmorecesse.

Seria logo na primeira jornada desse campeonato, na Póvoa de Varzim, frente ao emblema local, que se haveria de estrear, entrando aos 68 minutos para o lugar do, também, inesquecível Carvalho. A partir desse momento, os vitorianos passaram a conhecer um jogador que se auto-definia como "as minhas principais características são a técnica, a visão de jogo e o carisma de em momentos difíceis marcar golos que são decisivos. Defeitos também os tenho, muito por causa de não ser muito dotado fisicamente. Não sou brigão na área..." Mesmo assim, na primeira temporada apontaria 18 golos, naquela que seria a mais prolífica das cinco em que envergou o Rei ao peito. Ao todo, foram 128 partidas e 42 golos apontados...e uma vida, abruptamente, interrompida, quando sonhava, segundo as suas próprias declarações, tornar-se, um dia, em treinador do Vitória.

Postagem Anterior Próxima Postagem