COMO A MALTA QUE JOGOU À TARDE, COMPROVOU O QUE ESCREVEMOS DE MANHÃ...

I - Terá sido a melhor exibição do Vitória nesta pré-temporada. Frente ao campeão saudita, o Al Itthiad, treinador por Laurent Blanc, e com vedetas como Benzema, Kanté, Diaby ou Fabinho, os Conquistadores conseguiram apresentar belos momentos de futebol, ainda que com as carências se vão denotando, principalmente, a falta de um homem golo.

II - A actuar com, provavelmente, aquela que será a equipa que encetará o campeonato, com Charles na baliza, um trio defensivo com Maga, Borevkovic e Abascal, com Vando Félix e João Mendes nas alas, Tiago Silva e Handel no meio campo a apoiarem o tridente composto por Gustavo, Nuno Santos e Bica na frente de ataque, o Vitória foi capaz de apresentar combinações interessantes, envolventes e bem orquestradas. Refira-se, ainda, a maleabilidade já aqui mencionada, aquando do Torneio da Póvoa, em que o sistema de 3-4-3, mediante as necessidades transformar-se, cheio de maleabilidade, num 4-3-3 com Maga a fechar a direita e a dupla de duros, composta por Toni e Abascal, ocupa o eixo.

III - Comprova-se, acima de tudo, o que escrevemos na análise do jogo de manhã. Para os jovens talentos que necessitam de crescer será necessário o enquadramento de velhos caminhantes, de homens que já empreenderam muitas batalhas, que cuja experiência será basilar para os meninos (alguns com muito talento) continuarem o seu processo evolutivo até ao seu apogeu.

IV - A verdade é que os Conquistadores comprovaram que têm boas ideias na teoria e que as procuram passar à prática, ainda que se vislumbrem algumas carências. Apesar de Maga tacticamente parecer cada vez mais um peixe na água na sua posição, Tiago e Handel pautarem o jogo com inegável mestria, os extremos procurarem acelerar o jogo, vislumbrou-se a falta do homem golo. Bica procurou ser associativo, combinar com os seus colegas mais recuados, mas demonstrou alguma candura e verdura ainda na área... quase que a comprovar o quanto será necessária a chegada de um homem golo.

V - Além disso, merecerá uma palavra de destaque o guardião Charles, que procurou comprovar que será dono e senhor do lugar que foi de Bruno Varela. O guardião brasileiro mostrou uma inatacável segurança, com reflexos felinos a segurar a equipa e a dizer presente ao desafio que será, provavelmente, o maior da sua carreira.

VI - Assim, o Vitória chegaria ao intervalo vencer por uma bola a zero numa jogada bem urdida e finalizada por Gustavo, a comprovar que as ideias de Luís Pinto foram bem assimiladas. Um momento alto numa primeira parte bem conseguida, ainda que, apesar do período precoce da época, ainda se perceba que existem lacunas e arestas por limar.

VII - Na segunda metade, os sauditas cresceriam no jogo. Colocariam mais dificuldades ao Vitória. Muitas vezes valeria novamente Charles, a dizer presente e a obstar aos propósitos da equipa campeã de uma liga cada vez mais competitiva. Todavia, tal nem sempre será possível e o Al Itthiad igualaria graças a um tento apontado por Moussa Diaby.

VIII- Neste momento, temeu-se o pior para oVitoria. A segunda derrota em dois jogos, hoje, disputados. Valeu Charles em algumas ocasiões, a provar, novamente, que os vitorianos podem estar tranquilos quanto às suas capacidades. E, até que surgiu Camara...

IX - O gaulês já tinha deixado bons indícios no torneio da Póvoa. Hoje, lançado em campo, no seu verdadeiro lugar, a extremo demonstrou todo o potencial que se lhe augura. Rápido. Incisivo. Objectivo. A causar o pânico no último reduto contrário e suficientemente competitivo para recuperar uma bola na defesa saudita e colocar o Vitória em vantagem. Talvez, naquele momento, não fosse o mais justo, mas, para crescer, importará saber sofrer e ferir o adversário no momento certo.

X - Com o jogo a caminhar para o seu final, Camara, ainda, ofereceria o terceiro golo a Nélson Oliveira que escandalosamente o desperdiçaria. Redimir-se-ia, contudo, na última jogada do desafio, num momento que, esperemos, sirva para dar-lhe confiança.

XI - O Vitória vencia e comprovava o que escrevemos de manhã. Não é possível formar uma equipa só com miúdos, por muito talento que tenham, (e alguns como Vando, Camara e Mitrovic têm-no). Urge fazer a simbiose com os guardiões dos valores do Castelo como os T (Toni, Tomás e Tiago) e Maga que, hoje, voltou a exibir-se a belo nível. Assim, e com um homem golo, poderemos ousar pensar em ser felizes...e quanto o merecemos!

XII - VIVA O VITÓRIA, SEMPRE...

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