Já escrevemos que naquela época de 1984/85, para além da acesa polémica da contratação do treinador Raymond Goethals que estaria impedido, pelo castigo aplicado, de sentar-se no banco de suplentes, os sócios vitorianos temiam pelo deficitário reforço da equipa. Na verdade, se a primeira questão seria resolvida com Djunga a assumir o papel de técnico principal, a segunda revelar-se-ia mais preocupante, tal como se percebeu, de modo quase imediato, na primeira jornada do campeonato, em Alvalade, frente ao Sporting treinado pelo galês John Toshack.
Com efeito, como escreveu a Bola de 27 de Agosto de 1984, a equipa constituída por Jesus; Costeado, Valério, Teixeirinha, Laureta; Soeiro, Da Silva, Miguel, Gregório Freixo; Paquito e Paulo Ricardo, precisavam "urgentemente, de dinamizar o seu conjunto."
Com efeito, o conjunto Conquistador, apenas, pareceu capaz de lutar pelo resultado nos primeiros quinze minutos, pois como escreveu o Notícias de Guimarães do dia 31 do mês e ano referidos, "segundo parece, se o Vitória tem marcado algumas das oportunidades que criou durante o primeiro quarto de hora, desperdiçadas infantilmente, a esta hora os vimaranenses poderiam estar a comemorar um saboroso triunfo."
Tal não haveria de suceder, confirmando-se os piores temores logo aos 12 minutos, quando Venâncio abriu o activo para os Leões, num tento que "foi muito consentido, uma defesa não pode deixar correr a bola dentro da sua área como aconteceu na jogada iniciada no canto direito do campo..."
A partir daí, confirmar-se-ia algo que em Guimarães se iam afirmando e que passava pelo facto do Vitória não possuir "esta temporada, um conjunto com a força de outras formações que lhe conhecemos, o que não invalida a possibilidade de melhorar bastante."
Seria, pois, o início de uma tarde difícil, consubstanciada em mais dois golos leoninos, o que levaria a Bola concluir que "os vimaranenses têm de ser mais rápidos e decididos. O fio de jogo já não ganha partidas, é preciso alguma coisa mais. A equipa revelou muita fragilidade, abriu na defesa, consentiu golos incríveis, exactamente por isso, tentou estabelecer, sem o conseguir, um tipo de jogo ligado, cerzido, mastigado." Por isso, sentenciava-se que "é urgente rever a disciplina do dinamismo."
Apesar disso, Djunga mantinha o optimismo ao afirma que o Vitória "esteve bem no aspecto global e, até, na disciplina táctica." Contudo, a frieza dos números parecia indiciar o que aí vinha. Mesmo com Goethals a orientar a equipa durante a semana, iria ser um ano muito difícil...