“Meti na cabeça que quero escrever o meu nome na história do Vitória SC. É um objetivo claro e acredito que vou cumpri-lo, conquistando títulos. Pensamos sempre na conquista de uma Taça, numa boa classificação no campeonato. Quero deixar minha marca."
Era assim que Bruno Varela falava, aquando da sua renovação do contrato em 2023.
Diga-se, contudo, que ninguém será consensual...
Haverá quem defenda e quem contraponha com outros argumentos.
Bruno Varela, em cinco anos de Rei ao peito, terá sentido isso. No fundo, a mais profunda certeza da sua condição humana... o facto de ser falível, de ter de lidar com a crítica, de como último bastião vitoriano dele esperarem-se milagres.
Verdade que em muitos lances poderia ter feito mais. Verdade, também, em contraponto, que recordaremos alguns jogos em que foi determinante. Deste confronto ficará a certeza que não estando no top 5 dos melhores guarda-redes vitorianos, terá o seu devido lugar na história, seja pelos 174 jogos que realizou de Rei ao peito, seja o modo como se tornou uma peça importantíssima na engrenagem vitoriana, como se viu logo no seu terceiro jogo, quando realizou uma extraordinária exibição e que valeu o triunfo frente ao Paços de Ferreira.
Para além desses momentos, foi mais além. Uma figura facilmente associada ao clube, à equipa. Por isso, tornado capitão de equipa, sempre procurou os consensos. Sempre procurou que o balneário fosse um local de harmonia, não fosse ele uma pessoa de palavra e de sorriso igualmente fácil. Sempre ajudou a que a palavra grupo não fosse tida em vão, ajudando à alegria e harmonia do balneário.
Atento a esses factos, agora que parte para uma aventura saudita, sempre compensadora a nível financeira, ficarão as recordações e as memórias... mas, acima de tudo, a certeza de poder figurar por direito próprio em bonitas páginas do trajecto do Vitória. E, por isso, merecerá o nosso obrigado e sim, mesmo sem títulos, deixou a sua marca.