Será assim que o queremos lembrar.
Feliz, pelo reconhecimento dos seus, ainda que muitos que naquela tarde o aplaudiram, nunca o tenham visto sequer jogar.
Porém, aquela homenagem a Osvaldinho, perdoem-nos a indiscrição com uma ligeira ajuda desta página, terá sido o culminar que Osvaldinho terá desejado para a sua vida: reconhecido e amado pelos seus, quase cinquenta anos após ter deixado de vestir a camisola que o fizera abandonar o Alentejo para abraçar o Vitória e Guimarães.
Daqui, não mais sairia, mesmo tendo que abandonar os Conquistadores para cumprir o serviço militar. De talento inegável haveria de conseguir um feito extraordinário, ainda para mais naquele tempo: ser internacional português a actuar no Vitória e, ainda para mais, enfrentar a Inglaterra em Wembley. Foi o quarto internacional AA português da história vitoriana e, provavelmente, o seu melhor lateral/ala esquerdo.
Além disso, era um homem de coração grande... enorme. O que dizer do seu acto, aquando da sua festa de despedida, já cerca de dois anos de ter abandonado o clube? Oferecer todo o dinheiro arrecadado aos meninos da Cercigui, num gesto de profundo humanismo, probatório do homem que sempre foi. A olhar para os outros. A querer fazê-los sorrir.
E se falamos em sorrisos, depois de abandonar o futebol, também ajudaria a isso. Já com a sua pastelaria montada, quantas vezes lá se entrou macambúzio e infeliz para, com uma boa conversa, sairmos animados e predispostos a enfrentar a vida? E, já agora, no seu Oásis quantas amizades se apadrinharam, quantos namoros e casamentos começaram?
Hoje, deixa-nos... certamente, que o seu percurso e a sua vida permanecerão em todos os vitorianos e vimaranenses.