Eram os meninos de ouro de Quinito...
A pedra de toque do rejuvenescimento de uma equipa que chegara ao final de um ciclo, materializado por aquela derrota em Alverca que significou o falhanço do quinto apuramento europeu consecutivo.
Assim, Pimenta, depois de dispensar ou não renovar contratos com nomes históricos como José Carlos, Arley, Vítor Paneira e Gilmar, virou-se para os jovens formados na Academia e nos quais eram depositadas grandes esperanças e que haviam estado a rodar nos satélites vitorianos naquela altura, o Felgueiras e o Fafe.
Deste modo, Fernando Meira e Pedro Mendes, provenientes do emblema felgueirense, e Lima e Rego que tinham actuado no fafense eram tido como a pedra de toque vitoriana para naquela temporada serem encetados tempos de novas glórias.
Contudo, essa temporada seria novelesca para os bebés Conquistadores, merecendo cada um deles um capítulo independente. Todos merecedores de uma história própria.
Fernando Meira, depois de ser feito capitão de equipa, assumiria merecido destaque após o treinador Quinito tê-lo recuado do meio-campo para defesa central. Após extraordinárias exibições que o fez ser cobiçado por meio mundo, bateria, de modo surpreendente, com a porta...dizendo-se enganado por Pimenta Machado. Depois de uma batalha jurídica longuíssima, haveria de ser vendido ao Benfica, num negócio que ainda haveria de causar dissabores judiciais ao, então, presidente vitoriano.
Pedro Mendes, apesar do seu extraordinário talento consubstanciado numa técnica sublime e numa capacidade de passe muito acima da média, haveria de sentir dificuldades de afirmação. Durante duas temporadas teria utilização intermitente, sendo só aposta a sério quando Augusto Inácio reparou nas suas totais capacidades. Acabaria por sair para o FC Porto no final da época de 2002/03, aquela em que mais brilhou de Rei ao peito, numa altura em que se temia que não renovasse contrato com os Conquistadores. Haveria de regressar ao Vitória na época de 2011/12 para findar a sua carreira.
Rego, esse, empreendeu um grande regresso aos Conquistadores. Estreou-se mesmo a marcar à segunda jornada numa partida perante o Farense. Ainda jogaria mais algumas partidas, até lesionar-se e começar o seu suplício vitoriano. Um suplício que meteu lesões mal curadas, operações à revelia e empresários a quererem impor ao Vitória o que fazer. Haveria de deixar o Vitória no final da época de 2000/01, ano em que só actuou durante cinco minutos na Vila das Aves (na estreia de Augusto Inácio). Estaria um ano parado e não mais voltaria ao nível que se lhe antevia, deixando, definitivamente, o futebol em 2013/14 com a camisola do Neves.
Por fim, Carlos Lima. O homem que, quatro minutos, após ter-se estreado na partida contra o Belenenses, tirou um cruzamento milimétrico para Brandão resolver a partida com um cabeceamento impagável e que levou a que Quinito o comparasse a.... Luís Figo, nessa altura a caminho da conquista da Bola d'Ouro. Porém, nesse ano só voltaria a jogar mais um minuto no empate contra o Marítimo e a merecer a titularidade na última partida do campeonato. Na época seguinte, começaria em bom estilo ao marcar um dos golos no triunfo por três bolas a uma frente ao Gil Vicente. Ainda apontaria outro golo no empate perante o Gil Vicente, partida em que acabaria por ser expulso. No final da temporada haveria de deixar o Vitória, para se comprometer com o eterno rival.
Nem sempre as melhores esperanças tornam-se em realidade... pelo menos no imediato!