Era o início da temporada de 1939/40...
Para isso, no jogo inaugural daquela época, o Vitória, que perdera o título de campeão distrital da temporada anterior em circunstâncias rocambolescas, recebia o velho rival Boavista, numa espécie de desafio de apresentação aos adeptos.
Como escreveu o jornal Notícias de Guimarães de 24 de Setembro de 1939, "merece relevo nesta pugna de começo de temporada o ardor competitivo das duas equipas - velhas rivais - e a forma regular em que se apresentaram diversos homens do Campeão do Minho..."
Fruto desse começo afirmativo, o adversário haveria de perder as estribeiras, considerando a publicação consultada ser esse o velho costume dos axadrezados quando visitavam o Benlhevai. Assim, "não lhe correndo os ventos de feição, enervam-se, chegando alguns a perder a compostura..."
Falta de compostura essa, confirmada pelo resultado de dez bolas a duas (10-2) com que o Vitória triunfou, ainda que se os adversários "em vez de se deixarem dominar pelos nervos, tivessem, com calma, procurado tapar as vulnerabilidades mais flagrantes da equipe, o resultado não se verificaria..."
Porém, além da saborosa e volumosa goleada, destaque para outro facto que tornou a partida sui-generis. O facto desta ter contado com três árbitros, "tendo todos procurado ser imparciais", sendo que "o primeiro abandonou o campo por não se entender com elementos bem-criados do Boavista."
Porém, apesar do triunfo a augurar uma época feliz e da polémica gerada pelos comportamentos dos atletas adversários, outro facto preocupava os cronistas vimaranenses. Referimo-nos ao estado de forma de Zeferino, Lino e Pantaleão que haviam sido preponderantes na temporada antecedente. Na verdade, "engordaram bastante e nós gostamos de os ver mais leves. É natural que Genesi os faça abater um pouco a pança... E Lino, sobretudo, bem precisa."
Começava, assim, o caminho para a recuperação do título distrital...