Aquela temporada de 2019/20 começara com grandes esperanças, sob o comando de Ivo Vieira.
O Vitória jogava um futebol frenético, virado para o último reduto contrário, de olhos postos na baliza, ainda que isso, por vezes, lhe custasse alguns dissabores. Tanto que, naquele final de primeira volta do campeonato, já estivesse a lutar com todas as forças pelo quinto lugar, quando no início da prova parecia que pudesse lutar por postos mais altos na tabela.
Deste modo, aquela partida frente ao Santa Clara, a contar para a derradeira jornada da primeira volta da Liga, disputada a 18 de Janeiro de 2020, era assumida como de importância máxima. Era imperioso vencer para não perder o comboio europeu.
Num Sábado à tarde, por causa da participação a meio da semana no final four da Liga de Clubes, o Vitória entrou em campo com Douglas; Victor Garcia, Tapsoba, Pedro Henriques, Florent; Pêpê Rodrigues, André André e Lucas Evangelista; Marcus Edwards, Léo Bonatini e Rochinha, decidido a vencer. Contudo, a primeira parte da partida seria monocórdica, com a equipa açoriana a interpretar o esquema de jogo gizado pelo treinador João Henriques na perfeição. Salvar-se-ia um livre de Pêpê defendido com bons reflexos pelo guardião contrário e pouco mais...
Na segunda metade, o Vitória entraria em campo com outro vigor. A tentar vencer. A massacrar. Porém, sem chegar ao golo e com os minutos a correrem, o desespero tomava conta dos Conquistadores. Até por isso, o técnico Ivo Vieira fez entrar o jovem da equipa B, João Pedro, para o centro da área. Era o tudo ou nada para furar uma equipa recuada, a queimar tempo e a quem o ponto parecia ter "sabor a mel"
Todavia, com a equipa avançada no terreno, seria o Santa Clara a ter a oportunidade do jogo, com o avançado insular a dois metros da baliza, com esta escancarada, a rematar à barra. Suscitava-se um suspiro de alívio nas bancadas vitorianas, antes da grande explosão... cruzamento para a área e João Pedro, o menino que viera da equipa B, a subir ao quinto andar e a cabecear imparável para o fundo das malhas.
Era o seu momento mais belo de Rei ao peito...aquela recordação que qualquer jogador ambiciona! Marcar um golo nos minutos de compensação e tal significar um saboroso e importante êxito.
O Vitória vencia e ia com outro ânimo para a cidade vizinha, disputar a Taça da Liga...não a venceria, nem sequer, passados mais meses do que o esperado, fruto da pandemia, haveria de conseguir o ambicionado apuramento europeu! Mas, isso serão outras histórias...