As partidas disputadas frente ao Boavista são sempre acesas e vividas com muita paixão. Assim o foi, também, naquela época de 1997/98 em que o Vitória chegou à jornada 25 do campeonato à frente dos axadrezados, devendo-os encontrar nesta jornada no terceiro posto...e com quatro de pontos de avanços para estes, que ocupavam o lugar subsequente na tabela classificativa.
Para apimentar mais um jogo escaldante, teremos de falar de Jaime Pacheco. O treinador que começara a temporada no Vitória para ser despedido e ser contratado pelo rival daquele Sábado à tarde, dia 14 de Março de 1998.
Como escreveu o Povo de Guimarães de dia 20 do mês e ano citados, foi um Vitória "realista e ciente da importância do jogo", que entrou em campo. Um Vitória a alinhar com Pedro Espinha; José Carlos, Arley Alvarez, Márcio Theodoro, Alexandre, Kasongo; Paiva, Fredrik, Vítor Paneira; Edmilson e Gilmar e que teve de lutar até contra a arbitragem de José Leirós que "...parecia ter uma certa aversão ao Vitória, como ficou demonstrado nas suas partidas realizadas esta temporada."
Porém, apesar disso, o Vitória haveria de ganhar graças a um golo solitário de Riva, após "...uma estupenda jogada de Gilmar" e que foi "... o corolário de uma equipa que valeu pelo seu todo."
Por isso, o periódico consultado concluía que "O Vitória acabou por ganhar e bem contrariamente ao que dizem os jornais, rádio e televisão. Esqueceram-se que pertenceram aos vimaranenses as duas primeiras ocasiões de golo que a serem concretizadas dilatariam o desfecho final. Não deram valor à forma inteligente com que o Vitória convidou o Boavista para atacar e esperar pela hora exacta para dar a estocada final."
Os Conquistadores triunfavam, davam um passo decisivo para garantirem um posto entre os três primeiros da tabela classificativa, mas, todavia, considerava-se na publicação analisada que "Parece que vai haver prolongamento."
Tal devia-se ao facto de no final da partida, Pedro Xavier, chefe do departamento de futebol vitoriano, em conferência de imprensa, ter denunciado a ameaça que o presidente boavisteiro, João Loureiro, realizou ao árbitro, ao dizer-lhe que ia "descer de divisão."
Contudo, foi mais além e depois de considerar tal acto gravíssimo, questionou quais seriam "os poderes ocultos que tem o presidente do Boavista. Que influência tem João Loureiro? Ou estará ele convencido que por ter o Papa na presidência da Liga, tal facto lhe dá o direito a nepótica diferença?"
Acabria, aludindo ao "espectáculo degradante, com grande gritaria, dado por João Loureiro no final do jogo, junto do balneário do árbitro."
O Vitória vencia e ainda tinha de lidar com os desmandos dos representantes adversários, desiludidos por ficarem numa distância quase inalcançável dos Conquistadores!