I - Ponto prévio: foi o melhor jogo de campeonato de longe, daqueles possíveis de ser mostrado para exportar uma liga portuguesa pouco vibrante, interessante e sempre centralizada nos mesmos.
II - Mais do que isso, apesar do brilhantismo da partida, realce para o cinzentismo premeditado de uma imprensa que procurou, desde sempre, condicionar a partida. Ainda ontem num canal televisivo, faziam-se contas ao triunfo do Sporting e da influência que isso teria para a tabela classificativa. Em todos choravam-se as ausências dos lisboetas, omitindo que o Vitória teria de actuar com um ponta de lança adaptado e já não conta com o melhor central há muito tempo.
III - Começou pior o Vitória, a permitir que o conjunto lisboeta se adiantasse no marcador. Um errro de posicionamento a levar a que Gyokeres se adiantasse no marcador e que se temeu a que inclinasse a contenda para o oponente vitoriano. Puro engano, o Vitória empataria graças a um lampejo de Tiago Silva, que colocou em ebulição o estádio.
IV - Não aproveitariam esse ascendente os Conquistadores. Fruto de mais um erro, desta feita pelo herói do golo do empate, Tiago Silva, o Sporting voltaria a adiantar-se no marcador. Pior do que isso, depois de duas oportunidades desperdiçadas, Gustavo Silva lesionar-se-ia. Seria substituído pelo jovem Dieu-Michel, que teria de carregar o ataque vitoriano durante o remanescente da contenda.
V - Assim, se chegaria ao intervalo, sendo que na segunda metade, o Vitória voltou a entrar melhor no desafio. Sem agredir, contudo, o adversário, mas dominando territorialmente a partida. Empurrando o Sporting para o seu último reduto. Todavia, numa das inclemências em que o futebol é pródigo e fruto de mais um erro individual, o Sporting fez o terceiro golo… e pensou-se que a partida estava decisiva.
VI - Puro engano! O Vitória pegou de modo decisivo no jogo, empurrando contra as cordas o adversário. Arcanjo lançado ao jogo, entrou como nunca se viu. O meio campo Conquistafor superiorizou-se ao adversário. Kaio César encheu o campo de criatividade, fantasia e momentos de predestinado.
VII - Seria assim que se viveriam quinze minutos inebriantes. Do melhor que se viu nos últimos anos. Arcanjo, em grande jogada, fez Kaio reduzir. João Mendes empataria, após cabeceamento de Dieu-Michel ao poste e este haveria de consubstanciar a reviravolta. Épico! Delirante! Absolutamente estonteante
VIII - Porém, o destino continua a ser injusto com o Vitória. Apesar da equipa tudo ter feito para segurar a vantagem, mais uma vez o último minuto seria fatal! Esta equipa merece tanto uma sorte que teima em virar-lhe as costas de modo reiterado e pertinente. Sobra-lhe o orgulho de ser, provavelmente, a melhor equipa a jogar futebol em Portugal… por mérito, também, do treinador que estava do outro lado da barricada.
IX - Segue-se a partida em Elvas, para a Taça de Portugal, onde se espera que o percurso dos Conquistadores na prova rainha do futebol português prossiga.
X - As estratégias de desestabilização aplicadas ao longo da semana, num esquema à antiga portuguesa, não funcionaram. A prosápia de paineleiros, até com responsabilidades directivas no Sporting, não surtiram efeito. As notícias plantadas pelo jornal Record e pelo seu braço armado televisivo fracassaram. E, até por isso, ganhou o futebol!
XI - VIVA O VITÓRIA…SEMPRE!